O Despertar Glorioso: A Certeza do Reencontro e a Nossa Bendita Esperança


Pr. Nonato Souza

"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem." (1 Ts 4.14-15 – ARC)

Na vida cristã, há verdades que servem como âncoras para nossa alma, especialmente em meio às tempestades. Uma dessas tempestades, sem dúvida, é a dor da perda. No texto de 1 Tessalonicenses 4.13, vemos o apóstolo Paulo exortar a igreja a não se entristecer como os que não têm esperança.

Essa exortação vem de uma preocupação pastoral genuína, pois a jovem igreja em Tessalônica, recém-convertida do paganismo, vivia em meio à dúvida e à ansiedade: "O que será dos nossos irmãos que já morreram? Eles perderão a vinda do Senhor?"

Essa pergunta, que ecoou nos corações dos tessalonicenses, ainda hoje toca a muitos. É para responder a essa questão vital, para dissipar toda ignorância e para solidificar a nossa bendita esperança, que Paulo avança para os versículos 14 e 15. Ele nos dá não uma opinião humana, mas uma revelação direta do Senhor.

Hoje, vamos mergulhar nesta verdade poderosa, permitindo que ela transforme nosso luto em expectativa jubilosa e nossa ansiedade em confiança inabalável. Prepare seu coração, pois a Palavra nos revela o despertar glorioso e a certeza do nosso reencontro com o Senhor e uns com os outros!

1. A base da nossa esperança: A ressurreição de Jesus Cristo

Toda a nossa fé e, consequentemente, nossa esperança na ressurreição dos mortos, está fundamentada em um evento histórico e sobrenatural incomparável.

"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele." (1 Ts 4.14a)

O fundamento inabalável: "Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou"

  • O termo "cremos" (gr. pisteuō não é um mero assentimento intelectual, mas uma fé viva e confiante. "Morreu" (gr. apothnēskō) refere-se à morte física e real. Já "Ressuscitou" (gr. anistēmi) aponta para a ressurreição corporal e literal de Jesus, a vitória definitiva sobre o pecado e a morte.

  • No contexto greco-romano, a ideia de ressurreição corporal era ridicularizada. No entanto, para os cristãos, a ressurreição de Jesus não era uma lenda, mas o ponto central da pregação apostólica (1 Co 15.3-4). Sem ela, nossa fé seria vã (1 Co 15.14). A ressurreição de Jesus é a nossa garantia! Nós, que cremos no poder do Espírito Santo para ressuscitar os mortos e vivificar nossos corpos (Rm 8.11), a ressurreição de Cristo não é apenas um evento passado, mas uma realidade que continua a operar em nossa esperança futura.

A certeza da reunião: "Deus os tornará a trazer com ele"

"assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele." (1 Tessalonicenses 4.14b)

  • A expressão "aos que em Jesus dormem" é crucial. Não são os que simplesmente morreram, mas aqueles que "adormeceram através de Jesus". O "sono" é o eufemismo para a morte física, um repouso temporário do corpo.

  • Esta é a resposta direta à angústia dos tessalonicenses! Deus não os esqueceu. Aqueles que morreram em fé não estão perdidos, nem foram deixados para trás. Deus, o Pai, garantirá que eles participem plenamente do evento da vinda do Senhor. Não lamentamos por eles como perdidos, mas com a certeza do reencontro.

2. A ordem divina dos acontecimentos: Sem precedência e com reunião

Paulo agora introduz uma revelação específica que aborda a dúvida sobre a precedência.

"Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem." (1 Tessalonicenses 4.15)

A autoridade da revelação: "Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor"

  • A frase "Dizemo-vos... isto pela palavra do Senhor"  é uma declaração enfática de Paulo, significando que o que ele está prestes a revelar não é sua própria opinião, mas uma revelação direta e autoritativa do próprio Jesus Cristo.

  • Esta não é uma teoria humana sobre o fim dos tempos. É a própria Palavra do Senhor nos sendo transmitida. Essa frase nos assegura que a doutrina do Arrebatamento, com seus detalhes, é de origem divina, não humana. Portanto, podemos confiar plenamente nela. É a voz do Mestre a nos guiar!

A ordem dos eventos: "Nós... não precederemos os que dormem"

  • A expressão "Não precederemos" é uma forte negação. Significa "de modo algum precederemos", "não chegaremos antes". É uma garantia absoluta.

  • Aqui está o ponto crucial para a dúvida dos tessalonicenses. Eles temiam que, por terem morrido, seus entes queridos perdessem a glória. Paulo, com a autoridade de Cristo, lhes garante: não! Os que estiverem vivos não terão nenhuma vantagem, nenhum privilégio de precedência sobre os que já morreram em Cristo. Na verdade, como veremos no próximo versículo (que complementa este), a ordem é inversa: os mortos em Cristo ressuscitam primeiro!

3. Algumas referências bíblicas corroborativas e o desenrolar da esperança

A doutrina apresentada em 1 Tessalonicenses 4.14-15 não é isolada, mas parte de um conjunto de revelações que apontam para a gloriosa vinda do Senhor.

  • "Não se turbe o vosso coração... vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.1-3). Esta é a promessa fundamental de Jesus que fundamenta a doutrina do Arrebatamento. Ele promete não apenas um lugar, mas uma presença, reforçando a ideia de que os mortos "em Jesus" serão reunidos a seus corpos glorificados quando Ele vier buscar a todos.

  • "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1Co 15.51-53). No texto, Paulo expande o "mistério" do Arrebatamento, detalhando a transformação instantânea dos corpos. Essa passagem é vital para entender a natureza glorificada de nossos corpos e a velocidade do evento.

  • "Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas" (Fp 3.20,21). Nossa cidadania celestial nos faz aguardar com expectativa o Salvador que vem do céu. Essa transformação corporal é a prova final da vitória de Cristo sobre a morte e a nossa identificação plena com Ele.

A vitória final e o eterno estado com o Senhor

Amados irmãos, os versículos de 1 Tessalonicenses 4.14-15 nos dão uma das mais gloriosas revelações da Palavra de Deus. Eles são a rocha sobre a qual construímos nossa esperança diante da morte e da vinda do Senhor.

A certeza de que Jesus morreu e ressuscitou é a nossa garantia. A promessa de que Deus tornará a trazer com Ele todos os que dormem em Jesus nos enche de um consolo que transcende a dor da perda. E a revelação de que "nós, os que ficarmos vivos... não precederemos os que dormem" nos dá a linda imagem de uma reunião perfeita e equitativa, onde ninguém será esquecido ou deixado para trás.

Que esta verdade nos liberte da tristeza desesperançosa e nos encha de uma esperança vibrante e contagiante. Que ela nos inspire a viver cada dia para o Senhor, a proclamar Sua salvação com ousadia e a aguardar com ansiedade a trombeta que anunciará o grande dia.

Não se entristeça como os que não têm esperança. Olhe para o alto! O Autor da vida venceu a morte, e Ele vem buscar os Seus. Estamos prestes a ver a gloriosa manifestação da Sua vinda, quando estaremos para sempre "com o Senhor".

Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz no crer, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo! Amém!


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