A Salvação: A Maior Bênção e a Fonte da Nossa Gratidão
Por Nonato Souza.
“Bendize,
ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueça de nenhum de seus
benefícios. É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas
enfermidades; que redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de
misericórdia” (Sl 103.1-4).
As palavras de Davi no Salmo
103.1-4 ressoam através dos séculos como um poderoso cântico de gratidão pelos
benefícios divinos. Entre os favores ali mencionados — perdão, cura, redenção e
coroação de benignidade e misericórdia — destaca-se a salvação como a bênção
suprema, o fundamento sobre o qual todas as outras se sustentam. A gratidão por
essa dádiva inestimável permeia tanto o Antigo quanto o Novo Testamento,
revelando a profundidade do amor de Deus e a resposta apropriada do coração
humano diante de tão grande obra redentora.
Neste estudo, refletiremos
sobre como a salvação se apresenta como o maior benefício da graça divina,
tanto na revelação progressiva do Antigo Testamento quanto em sua plena
manifestação em Cristo no Novo Testamento, conduzindo-nos a uma vida de
verdadeira gratidão.
A salvação como redenção da perdição no Antigo Testamento
A ideia de redenção (ga'al,
no hebraico) no Antigo Testamento refere-se, frequentemente, ao resgate de
alguém da escravidão, de dívidas ou de situações de perigo. No Salmo 103, Davi
afirma que Deus “redime a tua vida da perdição”. O termo “perdição” (shachat)
significa corrupção, destruição, sepultura. Davi reconhece que a intervenção
divina o livrou de um destino de morte e destruição. Mesmo que o conceito de
salvação eterna ainda não estivesse plenamente revelado na Antiga Aliança, o
livramento físico e a consciência da misericórdia divina já apontavam para uma
redenção mais profunda.
Moisés, em seu cântico após
a travessia do Mar Vermelho, celebra essa redenção dizendo:
“Tu, com a tua beneficência,
guiaste este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua
santidade” (Êx 15.13).
Esse episódio ilustra a
redenção histórica do povo de Israel como um prenúncio da redenção espiritual,
plena e eterna, que seria revelada em Cristo.
O perdão: O maior benefício da graça divina
Davi destaca no Salmo 103:
“É ele que perdoa todas as
tuas iniquidades”.
Aqui, o verbo hebraico para
“perdoar” (sôlêach) carrega a ideia de libertar, levantar o peso da
culpa, cancelar a dívida. A palavra “iniquidade” ('avon) traz o sentido
de perversidade, culpa e transgressão. O perdão é apresentado como um ato
gracioso de Deus, que remove a barreira do pecado entre o homem e o Senhor,
restaurando o relacionamento quebrado.
No Antigo Testamento, o
perdão estava ligado ao sistema sacrificial (Lv 16.30), mas já apontava para a
graça divina que concede misericórdia:
“Confessei-te o meu pecado e
a minha iniquidade não encobri. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas
transgressões, e tu perdoaste a culpa do meu pecado” (Sl 32.5).
No Novo Testamento, a figura
do Cordeiro é plenamente revelada em Jesus:
“Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
“O sangue de Jesus, seu
Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).
A salvação, portanto, é o
primeiro e mais essencial benefício da graça, pois sem ela todos os outros
favores perderiam seu valor eterno.
A plenitude da salvação em Cristo no Novo Testamento
O Novo Testamento revela a
plenitude da salvação por meio da obra redentora de Jesus Cristo. Sua morte na
cruz e sua ressurreição oferecem o resgate definitivo do pecado e da morte
eterna. Essa salvação inclui:
- O perdão dos pecados (Ef 1.7);
- A justificação pela fé (Rm 5.1);
- A reconciliação com Deus (2Co 5.18-19);
- A adoção como filhos (Gl 4.5);
- A promessa da vida eterna (Jo 3.16).
Paulo esclarece:
“Em quem temos a redenção
pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1.7).
A palavra “redenção” (apolýtrōsis, no grego) traz o sentido de libertação mediante o pagamento de um preço — no caso, o preço foi o próprio sangue de Cristo. A salvação, portanto, é um dom da graça abundante, jamais uma conquista humana.
A gratidão como resposta à salvação
A salvação é a demonstração
suprema do amor e da graça de Deus, e a resposta natural e espiritual do salvo
é uma vida de contínua gratidão. O apóstolo Paulo expressa isso claramente:
“Graças a Deus pelo seu dom
inefável” (2Co 9.15).
Essa gratidão não é apenas
emocional, mas prática, manifestando-se em:
- Louvor e adoração (Hb 13.15);
- Obediência à vontade de Deus (Rm 12.1-2);
- Dedicação ao serviço cristão (1Pe
4.10-11);
- Evangelização e testemunho (Mt 28.19-20).
Quem compreende a grandeza da salvação não pode viver indiferente. A gratidão é a força motriz que nos leva a buscar uma vida que glorifica a Deus.
Coroados de benignidade e misericórdia
Davi afirma:
“E te coroa de benignidade e
de misericórdia” (Sl
103.4).
A “benignidade” (chesed)
refere-se ao amor leal e fiel da aliança de Deus. A “misericórdia” (rachamim)
denota compaixão profunda, semelhante à de um pai por seus filhos. No Novo
Testamento, essa coroação é plenamente revelada em Cristo:
“Mas, quando apareceu a
benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não por obras
de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou
pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.4-5).
A salvação, assim, não
apenas remove a condenação, mas nos envolve no amor leal, fiel e compassivo de
Deus, coroando nossas vidas com Sua graça.
A salvação é, sem dúvida, a
maior bênção que o homem pode receber de Deus. Do Antigo ao Novo Testamento, a
redenção, o perdão, a reconciliação e a coroação de benignidade e misericórdia
revelam o caráter gracioso do Senhor, que liberta o pecador e o acolhe em Seu
amor eterno.
Diante de tão grande
salvação, a resposta apropriada é uma vida marcada pela gratidão, adoração,
obediência e testemunho. Aquele que foi salvo não vive para si mesmo, mas para aquele
que o resgatou (2Co 5.15). A gratidão pela salvação é, portanto, a essência da
verdadeira espiritualidade cristã e o combustível para uma vida que glorifica a
Deus em todas as coisas.
“Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” (Sl 103.1).
A abundante graça do Senhor
seja com a tua vida!
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