A ACEPÇÃO DE PESSOAS DESTRÓI RELACIONAMENTOS.
Pr. Nonato Souza
Porque, se entrar na
sinagoga de vocês um homem com anéis de ouro nos dedos, vestindo roupa luxuosa,
e entrar também um pobre muito malvestido, e vocês derem um tratamento especial
ao que está vestido com a roupa luxuosa, dizendo: “Você, sente-se aqui no lugar
de honra”, e disserem ao pobre: “Você, fique em pé” ou “Sente-se ali, abaixo do
estrado dos meus pés”, será que vocês não estarão fazendo distinção entre vocês
mesmos e julgando as pessoas com critérios errados? (Tiago 2.2-4).
Em reflexões anteriores abordamos sobre a questão do favoritismo existente dentro da congregação entre
as pessoas. O ensino de Tiago se alongou bastante para nos fazer entender que o
problema da acepção de pessoas trás graves prejuízos aos nossos relacionamentos. Iniciando
no versículo 2, Tiago passa a ensinar na prática como pode acontecer a acepção
de pessoas. Propõe um vívido caso hipotético de dois homens que estão entrando
em um ajuntamento (gr. synagogue) da
igreja.
Olhando para o texto
vê-se que um desses homens era rico, pois o homem possuía anéis de ouro nos
dedos, vestindo-se luxuosamente. O outro era pobre e muito malvestido.
Presume-se que o homem de anel de ouro e o pobre eram visitantes e não membros
regulares. Há divergência de opinião se eram visitantes cristãos ou não
cristãos. Isto, no entanto, não muda a verdade espiritual do texto. Está claro
que a atitude para com os homens foi totalmente equivocada e longe do que
ensina os apóstolos e a boa vida cristã.
Pelo que indica o
texto, houve cuidados especiais para com o homem de aparência próspera. Ele é
tratado com deferência e recebe logo um bom lugar para assentar-se. Sabe-se
pelas Escrituras que os assentos especiais e mais importantes eram guardados
para os anciãos e escribas (Mt 23.6; Mc 12.39; Lc 11.43; 20.46). Na igreja
retratada por Tiago, o homem rico tem uma recepção calorosa e é levado para um
assento de honra e destaque. Quanto ao pobre, fica
em pé no fundo da sala ou assentado no chão com as pernas cruzadas. O texto
diz: “abaixo do estrado dos meus pés”.
Veja
que o homem rico se tornou objeto de um serviço e de deferência especiais. O
homem pobre, no entanto, pôde somente ficar em pé ou sentar-se no chão. A este
não foi dado nenhuma dignidade ou conforto. Tiago não vê isto com bons olhos e
se manifesta contra este tipo de comportamento e atitude dos líderes igreja.
Ora, é o nosso relacionamento com Cristo que nos dar dignidade, e não a nossa
profissão ou posses.
Tiago,
então, diz àqueles irmãos: será que vocês não estarão fazendo distinção entre
vocês mesmos e julgando as pessoas com critérios errados? Outras versões trazem
maior esclarecimento sobre este texto, dizendo: “Vocês estão percebendo que
estão sendo incoerentes e julgam de acordo com padrões falsos?”. A expressão: “juízes
de maus pensamentos” é mais bem traduzido por “juízes com pensamentos maus”,
i.e., tendo pensamentos com motivações erradas. Esses juízes estavam usando
padrões errados. É claro que Tiago não está falando aqui para juízes eleitos
oficialmente, ele fala aos membros da igreja. Ele queria que a igreja
entendesse a extensão do seu pecado de discriminação.
Não
se pode considerar este pecado como insignificante. Aqui está em jogo práticas
de injustiça, pois, neste caso, o coração do crente está cheio de pensamentos
perversos. Para Tiago um juiz cujo pensamento é perverso não pode ser
imparcial, a justiça que ele exerce é uma farsa. Quando se honra uma pessoa
apenas porque ela se veste bem ou tem posses, estamos considerando a aparência
como algo mais importante do que o caráter.
Para
concluir, não tem nenhuma importância se Tiago cita um incidente que de fato
aconteceu ou se está criando apenas um exemplo do que poderia acontecer. O
certo é que os cristãos devem através do amor que se deve dá ao próximo,
conforme ensino do Senhor Jesus, manter sólido e respeitoso relacionamento com
todos, independentes de quem seja, lançando fora o pecado da descriminação, ou
seja, nunca fazer acepção de pessoas. Será que em nossas igrejas estamos, de
fato, amando sem qualquer discriminação ou favoritismo? É bom pensar nisto.
Oração:
Senhor
Deus, seja louvado e engrandecido o teu eterno nome! Agradeço-te Senhor, por
tão precioso ensino. Que haja entre os irmãos entendimento sobre os males da
discriminação. Que cada cristão possa, na autoridade do nome de Jesus e o poder
da Palavra de Deus, extirpar de suas vidas este mal. Dá-me sabedoria para amar
o meu próximo e nunca, nunca pecar contra ti, praticando qualquer tipo de
acepção de pessoas. Peço-te graça, Senhor, em nome de Jesus. Amem!
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