Hipocrisia, comportamento condenável por Deus em sua Palavra



Por Nonato Souza

“E deixando-os, saiu da cidade para Betânia e ali passou a noite. E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome. E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. E os discípulos, vendo isso, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira? (Mt 21.17-20).

No texto citado acima, Jesus está voltando de Betânea para Jerusalém, no caminho sente fome, ao observar uma figueira, vai em busca de frutos mas só encontra folhas. Naquele instante, Jesus amaldiçoa a figueira como sinal de sua indignação.

Na verdade, Jesus amaldiçoou a figueira como sinal de desgosto de Deus contra a hipocrisia. No texto de Mateus, temos uma lição muito importante contra a hipocrisia. No texto, Jesus estava ensinando que existem os que têm apenas folhas de uma falsa profissão de fé, quando deveriam, na verdade ter fruto da graça de Deus em sua vida.

A nação de Israel era o típico exemplo desse comportamento hipócrita, pois o povo professava ser filho de Deus, mas negava essa condição através de uma conduta totalmente pecaminosa e distante de Deus.

Vida de hipocrisia é algo trágico. Não existe nada mais crítico na vida de um cristão que viver uma vida de aparência. Os ensinos ministrados por Jesus nos impressionam profundamente, principalmente quando Ele trata sobre os males da hipocrisia condenando a atitude dos líderes religiosos que se comportavam apenas de aparência. “Ai de vós...” (Mt 23). As palavras duras e diretas de Jesus contra a hipocrisia dos líderes religiosos poderiam antes ser atiradas contra aqueles que cometem pecados mais grosseiros (pelo menos é isso que pensamos), mas Jesus não agiu assim. Quando se deparou com a mulher adúltera foi capaz de lhe dizer: “Os teus pecados te são perdoados” (Lc 7.48). Foi capaz de conversar longamente com a mulher samaritana que tinha problemas morais seríssimos à beira do poço de Jacó, por fim transformando-a em uma nova criatura. A Zaqueu cobrador de impostos em Jericó e que certamente se comportava contrário aos princípios da Lei de Deus, perdoou e o chamou de filho de Abraão. Salvou e abençoou um malfeitor arrependido quando na cruz morria pela humanidade. Quando, porém, se deparava com os líderes religiosos hipócritas e suas atitudes, não poupava palavras de dura repreensão e juízo árduo.

Pessoas com atitudes hipócritas continuam a existir e, infelizmente, estão por toda partem inclusive dentro das nossas congregações. Como não são muitos os que estão dispostos a combater esse tipo de praga nos púlpitos de nossas igrejas, como fez Jesus no seu ministério, eles continuam se proliferando terrivelmente. O preço de combater tais males e comportamentos não é pequeno, elevar-nos-á ao patamar de “chatos”, “demasiadamente santos”, “fanáticos” e outros. Eu, porém, estou com aqueles que preferem não concordar com a hipocrisia e mais cedo ou mais tarde ser um hipócrita também. Ora, sabe-se que quem defende um hipócrita é tão hipócrita quando ele.

Os hipócritas abraçam e apunhalam, abraçam e ao mesmo tempo tramam com outros hipócritas contra o seu líder para derrota-lo, levá-lo ao fracasso. Jesus condenou esta atitude. “Ai de vós hipócritas...” (Mt 23).

Os hipócritas são identificados porque gostam de tocar trombetas em função daquilo que fazem e realizam em qualquer lugar. Gostam de ser aplaudidos pelos homens por seus feitos, haja vista serem famintos inveterados por glória (Mt 6.2). Essa classe de gente amam os holofotes, querem está sempre em evidências, desejam está sempre nas manchetes. Professam ter vida de piedade, capricham no visual de um rosto entristecido, adornada pela maquiagem de uma falsa piedade. São verdadeiros hipócritas. Não conseguem orar baixo por que precisam ser ouvidos com a beleza dos seus discursos. Estes para serem ouvidos armam os seus palcos nas esquinas das ruas, pois ali a multidão passa para ouvir os seus discursos e fazer adocicados comentários que inflama o seu ego.

Os hipócritas precisam ser tratados como hipócritas, assim como Jesus que não os tratou como irmãos, discípulos, nem de servos. A verdadeira identidade deles é “hipócritas” mesmo (Lc 22.18). Os hipócritas acabam se constituindo no maior entrave para o desenvolvimento do Reino de Deus na terra. Eles não oram e cobram da igreja oração. Não amam a palavra de Deus, nem vivem de acordo com seus princípios, mas quando assumem o púlpito nas congregações cobram santidade do povo. Não contribuem com os seus dízimos, pois dizem ter sido o mesmo apenas para o tempo da lei, e querem exigir benfeitoria na congregação. São verdadeiros hipócritas, infiéis, avarentos e não amam o Reino de Deus. Além de tudo os hipócritas a ninguém poupam, todos estão debaixo de sua severa e destrutiva crítica. Tem um cuidado exagerado, paixão mesmo, pelo exterior, perdendo a visão pelo realmente sagrado, o interior, o espiritual. Jesus condenou este ato hipócrita dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade” (Mt 23.25).

Na parábola da figueira estéril (Lc 13.6-9), está dito que o proprietário foi à figueira procurar frutos. O proprietário da vinha não encontrou fruto pois, ali estava, uma figueira que não produzia frutos. Porque a figueira não produzia frutos? Ora, é sabido pelo texto que o proprietário deu à figueira tempo para que a mesma produzisse os devidos frutos. Deus dá a cada um de nós o devido tempo para produzirmos algo no seu Reino. O Senhor não quer simples folhas, o que conota apenas aparência, ensaio, palavras, Ele quer produção de fruto. O fruto simboliza o desenvolvimento espiritual, formação do caráter de Cristo em nós (2Co 3.18).

Após o plantio, uma vez plantada a figueira em terreno fértil, começa a frutificar, em seguida vem o Senhor procurar frutos. Normalmente, uma vez que fomos redimidos e tendo a presença do Espírito Santo, comunhão e a Palavra viva e eficaz, estaremos aptos a produzir abundantemente, alegria, paz, justiça, fé, verdade, amor, paciência, boas obras, evangelização, obediência.

A vida de aparência entristece o Senhor, dono da seara. Certamente Deus não tolerará para sempre o pecado de hipocrisia e a negligência de muitos em sua casa. Se uma figueira que não produz fruto for arrancada, outra é plantada em seu lugar (Igreja no lugar de Israel). Estejamos certos, mais cedo ou mais tarde o machado de Deus virá sobra a árvore inútil que está plantada em sua casa. Ele não tolera vida de hipocrisia. “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos” (Sl 101.7). “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.29).



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