O nascimento do Rei Jesus













Por Nonato Souza

“Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, e eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.30-33).

O nascimento de Jesus foi predito pelos profetas do Antigo Testamento. Ele é o menino que estava para nascer, o filho que seria dado, aquele de quem Isaias falara que seria: “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). O evangelista Lucas registra que nos dias de César Augusto, foi publicado um decreto convocando toda a população do Império para alistar-se (Lc 2.1,2). Maria e José, que viviam em Nazaré (cerca de 160 Km de Belém), subiram juntamente com os demais, para que ali cumprissem o que Deus dissera através do profeta Miquéias. “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

Deus através de sua soberana vontade, fez com que Roma baixasse um decreto que obrigou Maria e José irem juntos à Belém exatamente quando o menino estava para nascer. Nesta época o Império Romano estava na sua maior glória, dominando todo o mundo de então, tendo César Augusto como seu Imperador e Herodes como governador da Judéia, que nesta época se encontrava subjugado e dominado por Roma. Em Belém, onde Maria se encontrava com José, deu à luz seu filho primogênito e o deitou numa manjedoura (tabuleiro fixo, usado para dar comida aos animais) tendo ela mesmo envolvido seu filho em panos, porque não havia lugar para eles na estalagem (Lc 2.7).

É do conhecimento de todos que o nascimento do Rei Jesus foi o maior evento de todos os tempos e de toda a história. Porém, quando Jesus nasceu, registra o texto sagrado, “que não havia lugar para ele”. Era este, o prenúncio da maneira como o mundo o receberia. Nunca em toda a história da humanidade houve um nascimento tão real como o de Jesus. Anjos desceram a terra para proclamarem o nascimento do Rei dos reis, com todo o poder nos céus e na terra. Nos campos estavam os pastores que exaustivamente cuidavam dos seus rebanhos. De repente o anjo do Senhor veio sobre eles. Famintos e sedentos, estes pastores foram os primeiros a receber a Glória que chegava para abençoar a humanidade que jazia assentada nas trevas da indiferença e região da sombra da morte. Os magos que de longe vieram, um grupo de gentios, foram os primeiros a procurar o Messias, recém nascido Rei dos Judeus. Enfatizando aqui que, para os judeus, os gentios não eram dignos de receber as bênçãos do Messias, esquecendo-se totalmente da declaração de Abraão que disse: “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

Naturalmente houve grande comoção entre o povo, ao ouvir a notícia do nascimento de um rei que era esperado por longos tempos. Havia também receio, porque segundo as Escrituras o Messias seria, tanto Juiz como Libertador. O recém-nascido era exatamente o Salvador que os judeus devotos e cheios do Espírito Santo aguardavam para a redenção de Israel, e ele não era um homem qualquer, era um descendente da família real, que nascera para exercer o domínio real em nossas vidas, e o seu reinado nunca teria fim (Lc 1.32,33). A palavra de Deus nos mostra de maneira muita precisa o quanto ele tinha de Rei. Tinha um nome real (Mt 1.23); tinha uma posição real (Mt 2.6); foi anunciado como rei (Mt 3.3); foi coroado como rei (Mt 3.7); foi proclamado como rei (Mt 7.29); tinha lealdade de reis (Mt 12.30); tinha glória real (Mt 25.31,34); tinha amor real (Mt 20.28); realizou sacrifício real (Mt 27.35,37);conquistou vitória de rei (Mt 28.6). Ele foi o Rei profetizado no Antigo Testamento. Dos trinta e nove livros que compõem o Cânon Sagrado do Antigo testamento, dezessete destes são dedicados de forma plena à mensagem profética. As profecias que dizem respeito ao surgimento de um rei que havia de vir, estão consubstanciadas nos livros proféticos, mas também em outros livros. Na verdade estas profecias espalham-se em toda a Escritura. Não tenho como comentar passagens proféticas relacionadas ao assunto, mas me contentarei em apenas citar algumas para consulta (Nm 24.17; Sl 72; Ez 37.24; 1Sm 13.14; Jr 23.5; Dn 7.14; todos os textos acima no Evangelho de Mateus).

O Rei que nasceu em Belém foi sumariamente rejeitado por Herodes (Mt 2.16); por seus próprios irmãos naturais (filhos de Maria); por Jerusalém (Mt 23.37,39; Lc 4.16,29), que não o recebeu nem o aceitou como seu rei. Um dia Ele voltará e assentar-se-á sobre o trono de Davi, nesta cidade; enfim, foi rejeitado por todos (Jo 1.11; 18.33; 19.16). Mesmo tendo sido rejeitado por todos, Ele é Rei eternamente.

Olhando para Belém, cidade natal do nascimento do rei Jesus, e para o Calvário, local onde foi crucificado o Reis Jesus, vemos o quanto distavam um do outro. São dois pólos bastante distantes. O primeiro: a graça divina em que se descobre o infinito amor de Deus para com os homens. O segundo: a culpa humana em que se descobre o negro ódio dos homens para com Deus. A “Luz do Mundo” nasceu de noite. Noite material e espiritual. O mundo estava inteiramente mergulhado em trevas, perdido e sem salvação. Jesus se manifestou para trazer ao mundo perdido a maior de todas as esperanças. Ele veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Este é o sentido do verdadeiro Natal. UM FELIZ NATAL PARA TODOS!

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