Fé claudicante e a fé que agrada a Deus


Por Nonato Souza


“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).

O exercício da fé que agrada a Deus precisa ser ativado hoje em todas as esferas da vida cristã e atividades do povo de Deus, tanto no que respeita ao trabalho que por fé se precisa realizar no âmbito do Reino de Deus, como na vida particular de cada crente.

Há os que usam a fé, simplesmente para atender propósitos meramente humanos e temporais, mas, a fé não tem simplesmente este objetivo, ela busca acima de qualquer outro propósito, agradar a Deus. O texto bíblico trás o exemplo de Enoque que agradou a Deus porque teve fé plena no Senhor (Gn 5.24). Ninguém poderá agradar a Deus se não tiver fé firme Nele. 

            Em um mundo conturbado e cheio de inúmeras dificuldades o cristão não poderá ter paz verdadeira em Cristo se não buscar vida que agrade a Deus. Apóstolo Paulo era consciente desta verdade. Ele diz em sua escritura aos Romanos: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (5.1). Entende-se, então, que todos quantos agem fora dos domínios da fé verdadeiramente bíblica, não têm como desfrutar de uma sublime paz com Deus.

Minha palavra sobre o assunto objetiva trazer de volta os que dizem professar o nome do Senhor ao exercício da fé bíblica. Parece que há uma grande escassez desta fé nos dias atuais, o que tem gerado forte desespero em muitos, por já não conseguirem viver vitoriosamente em Cristo e por não confiar em suas eternais promessas.
            
           Tiago, irmão do Senhor Jesus em sua epístola Universal exorta os salvos a buscar os bens espirituais ao seu dispôr com fé, não duvidando, se de fato querem ter respostas aos seus pedidos. Observe o que diz: “Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.6). A falta de confiança em Deus revela dúvida, e dúvida significa uma mente dividida. Esse é o sentido da expressão “duvidando” (gr. diacrimonai) no texto transcrito acima, que tem o sentido de duas mentes. Sobre o termo "duvidar" mencionado por Tiago, estudiosos dizem que nada tem a ver com imprimir dúvida se Deus pode ou não fazer algo. Na verdade o texto revela uma uma pessoa dividida. Dividida entre ser centrada em si mesma e ser centrada em Deus. Por isso, no seu texto, Tiago traz a ideia de onda do mar, dando a entender que aquele que duvida jamais triunfará sobre as provações e dificuldades da vida, e, duvidando, de Deus não conseguirá receber nada.

Neste meu tempo de fé em Cristo Jesus, tenho visto com coração pesaroso, incontáveis lutas que se travam dentro das igrejas, consequência direta de uma autêntica falta de fé bíblica e obediência irrestrita à Palavra de Deus. Homens naturais têm agido buscando simplesmente o que está diante dos seus próprios olhos. Usam de artifícios, os mais ousados possíveis, objetivando alcançar o que está nos seus corações egoístas e inclinados para o mal. Estes homens não conseguem acreditar e confiar que Deus é capaz de lhes ajudar em momentos adversos e dar cabo às dificuldades existentes. A consequência advinda de tais comportamentos são os conflitos internos no seio das igrejas, ministérios, convenções e até famílias, tudo uma clara evidência de falta de fé. Muito triste tudo isso.

Gosto da expressão do apóstolo Paulo em seus escritos à igreja de Éfeso. Lá o apóstolo faz a seguinte declaração: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (1.3). Pelo testemunho das Escrituras Sagradas, já somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo Jesus. Por que, então, não conseguimos acreditar no que está escrito? Por que muitos ficam a mendigar as eternas bênçãos de Deus, como se ela não estivesse à sua disposição? O que podemos entender, é que as bênçãos estão predispostas a todos os filhos de Deus, mas é preciso acionar a fé na direção certa, onde se toma plena posse das bênçãos em Cristo. O problema é que para muitos a fé se tornou elemento de segundo plano. Temos enormes dificuldades de usar a nossa fé. É preciso ler com atenção, estudar com afinco a Palavra de Deus, aplicando o texto bíblico a vida prática e fazer fluir o exercício da fé.

Paulo em seus escritos aos Romanos faz menção do exemplo de Abraão. Ele diz: “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe foi dito” (5.18). É sobre este Abraão que o escritor aos Hebreus diz ter obedecido a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia (11.8, ênfase minha). Entendeu o que está escrito? É isso mesmo. O patriarca deu passos decisivos em sua vida, movidos tão somente pela fé. Meu Deus! Não é incrível isto? Fico aqui pensando com os meus botões e me perguntando: Não é, porventura, tempo de sairmos do campo das experiências, do palpável, do visível e começarmos a andar por fé, voltando assim aos princípios espirituais da fé cristã? Penso que sim.

No princípio da igreja os cristãos andavam por fé. Quando os discípulos viram que tinham uma fé fraca ou pequena, oravam pedindo que o Senhor Jesus lhes acrescentasse a fé (Lc 17.5). A resposta para os cristãos que desejam ter uma fé robusta está na Palavra de Deus: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17 ARA). O cristão precisa ler, estudar e ouvir a Palavra de Deus. Ir aos cultos é fundamentalmente necessário. Sim, nossa presença nos cultos, principalmente aqueles em que é ministrada a Palavra de Deus sistematicamente, edificando, consolando e exortando os santos é muito importante, não apenas por causa da comunhão fraternal, mas porque precisamos crescer e nos fortalecer na fé pela pregação da Palavra de Deus. 

            Me dói profundamente a alma ao ver cristãos que raramente vão aos cultos de ensino e oração em suas igrejas. Vê-se o quanto são meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrinas (Ef 4.14), gostam de movimentos, são sedentos por revelações, mas não apreciam a Palavra de Deus. Estão enfastiados do maná do céu. Estes estão sempre prontos a estarem em todos os compromissos que lhes aparece, mas, se é para irem à Casa de Deus, principalmente em reuniões de ministração da Palavra e oração estão sempre cansados, esgotados, impossibilitados, ocupados, enfim, é uma eterna dificuldade. Na verdade, não é nada de ocupação, é que já perderam a alegria de está na Casa de Deus e o prazer para com Sua boa Palavra. Assim sendo, se enchem de ocupações que lhes toma o tempo de aprender e crescer na graça do Senhor, edificando sua fé. Lamentável! 

Bom, quero finalizar este já exaustivo post, mas, antes, devo dá uma pincelada sobre alguns tipos de fé, isto a título de orientação. Vamos ao assunto resumidamente.
            
           A fé como dom é a capacidade de confiar em Deus de modo sobrenatural. Trata-se de uma fé especial e sem limites. Manifesta-se em ocasiões especiais para necessidades especiais. É concedido aos crentes visando a execução de obras extraordinárias em tempos de crises, desafios e emergências (1Co 12.29).
           
           Quanto à fé natural, esta leva o homem a  acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão. Através dela o homem acredita em um Ser supremo através do testemunho da natureza (Tg 2.19; Jo 20.29), é uma fé inata ao ser humano. Ao criar o homem, Deus o dotou dessa fé religiosa que o torna capaz de acreditar no sobrenatural.
           
           Finalmente, temos a fé salvadora que a possui todo aquele que aceita o plano da salvação em Cristo Jesus. Expressa-se na vida de obediência e consagração a Deus, sendo também produzida pelo Espírito Santo. Vem pela pregação da Palavra de Deus e se alimentada cuidadosamente, crescerá tornando-se cada vez mais forte até atingir os domínios do sobrenatural.
           
            Concluo dizendo que é tempo de exercitar a fé em Cristo se de fato queremos, em meio a tantos desafios, ter vida vitoriosa em Cristo. Não dá mais para ficar claudicando com passos trôpegos enquanto caminhamos às mansões celestiais. É preciso firmar os passos na fé e se fortalecer na Palavra de Deus com inteira certeza de fé. Firme-se em Cristo e tenha suas ações com fé para glória de Deus. Levante-se agora e prossiga em fé, o Senhor é contigo!

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