Assim, perdoai-vos uns aos outros como Cristo vos perdoou
Por Nonato Souza
A parábola do credor incompassivo
registrada no Texto Sagrado de Mateus 18.23-35 nos ensina lições importantes.
Observe que na parábola um certo rei foi ajustar contas com os seus servos. No
acerto de contas um servo que devia uma quantidade enorme ao rei, seu senhor,
não podendo pagar foi perdoado. O servo saindo dali perdoado, encontrou seu
conservo que lhe devia uma pequena quantidade ao qual não foi capaz de perdoar,
subjugando-o terrivelmente a ponto de lançá-lo na prisão até que quitasse a
dívida.
O senhor rico sabendo o que
fizera aquele conservo o chamou a si e o repreendeu fortemente dizendo:
"Não devias tu, igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu
também tive misericórdia de ti?” Assim, aquele malvado conservo, foi parar nas
mãos dos atormentados até que pagasse tudo o que devia.
Penso que o cristão precisa ser
cauteloso em administrar o perdão que recebeu do Senhor. Isto porque se fomos
perdoados graciosamente quando nos arrependemos, devemos também perdoar. Na
parábola aprendemos que assim como fomos perdoados precisamos também ter boa
disposição para perdoar a quem nos ofende. Há cristãos cujos corações estão
cheios de amargura a ponto de tornarem-se incapazes de perdoar o seu próximo.
Jesus ensinou que para alcançar o
perdão de Deus é preciso primeiro perdoar ao próximo as suas ofensas (MT
6.12,13). Vivemos tempo de crise dentro das igrejas, principalmente quando se
fala em perdão, isto, pela dificuldade existente nos relacionamentos que estão
quebrados. Igrejas locais estão repletas de pessoas com relacionamentos totalmente
destruídos, devido amargura profunda, ressentimentos e animosidades. Tais
comportamentos são totalmente incompatíveis com uma vida cristã autêntica.
Não temos porque ou como viver um
verdadeiro cristianismo, se estamos envolvidos neste cruel labirinto de
dificuldades que corrói a nossa alma, destrói nossa vida espiritual e saúde
física. O perdão é fundamental para nos libertarmos dessas doenças.
Professando o santo nome de
Cristo Jesus, o cristão não tem porque viver com tais animosidades no coração.
A forma de tratar os nossos irmãos demonstra claramente a condição do nosso
coração. Se o nosso coração é humilde e contrito, não temos dificuldade em
perdoar os nossos irmãos, mas se em nós houver orgulho e desejo de vingança,
não haverá lugar para arrependimento, o que significa que Deus não poderá,
também, nos perdoar.
Sendo assim, não basta receber o
perdão de Deus. É preciso experimenta-lo de coração, de sorte que haja em nós
mudança total a ponto de sermos clementes e mansos com o nosso próximo. O
ensino de Paulo é claro: "Antes, sede uns para com os outros benignos,
misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo" (Ef 4.32), e ainda: "suportando uns aos outros e
perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como
Cristo vos perdoou, assim fazei vós também" (Cl 3.13). Este é um assunto
sério, e requer de cada cristão extremo cuidado. Deus nos ajude!
Reflita!
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