Porque tantos crentes murmuram?

Por Pr. Nonato Souza
Os males da murmuração no meio do povo de Deus

Fp 2.14; Nm 14.26-45

Murmurar significa soltar queixumes, lastimar em baixa voz, falar contra algo ou alguém. Pode-se murmurar contra líderes e liderados ou ainda qualquer pessoa, porém, em última instância, esse pecado é sempre cometido contra Deus (Êx 16.6,7).

O termo "murmuração" e seus derivados  ocorrem cerca de 40 vezes na Bíblia, em um total de 33 versículos, espalhados em cerca de 14 livros. É claro que o número de livros citados acima, compreendem apenas os que aparecem a palavra "murmuração e seus derivados, porém, o cometimento de tal pecado é detectado em toda a Bíblia, infelizmente.

Sobre as murmurações do povo de Deus, pode-se observar o seguinte no texto de Números 14.26-45 que nos serve como exemplo para que não caiamos no mesmo pecado (1Co 10.10). Meditaremos no texto citado acima, mas não deixe de ler os textos indicados para melhor entendimento.

Deus não suporta ver seu povo praticando o insidioso pecado da murmuração.
“Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim?” (v. 26a).

O versículo nos dar a entender que Deus já estava cansado de tolerar as murmurações da nação de Israel. Os males da murmuração revelam uma atitude de desobediência e rebeldia dos crentes, que cansa Deus a ponto de levá-lo a não suportar mais esse comportamento no meio do seu povo.

As murmurações praticadas pelo povo de Israel não era contra Moisés e Arão e sim contra Deus.
“Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim” (v. 26).

Quando se murmura contra os líderes que são representantes do povo de Deus, as tais murmurações na verdade são contra o próprio Deus. Aqueles que exercem funções de liderança na causa do Senhor devem está revestidos de auto-domínio e absoluta convicção da chamada de Deus, pois, certamente, virá o momento em que a língua dos murmuradores insaciáveis o alcançará

Todos quantos murmuraram contra Deus de vinte anos para cima morreram no deserto, exceto Josué e Calebe. Era o julgamento de Deus contra a prática insana desse pecado.
“Neste deserto cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por preza serão, meterei nela; e eles saberão da terra que vós desprezastes. Porém, quanto a vós, o vosso cadáver cairá neste deserto” (vs. 29-32).

Todos os israelitas de vinte anos para cima sucumbiriam no deserto por causa da rebelião cometida contra Deus. Exatamente os que deveria ser os conquistadores não entraram na terra da promessa e aqueles que poderia ser vítimas, foram os que a conquistaram. Prevalece sempre a vontade divina, enquanto que a pervertida vontade humana fracassará.

O pecado da murmuração é visto como infidelidade contra Deus. Infidelidade que os pais cometeram contra Deus.
“E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto” (v. 33).

O mau exemplo dos pais trás aos filhos efeitos negativos terríveis.

O pecado da murmuração é iniquidade que os filhos de Israel levariam sobre os seus ombros por quarenta anos. A iniquidade afasta o homem de Deus.
“Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento” (v. 34; Is 59.2).

Apesar do sofrimento dos filhos no deserto por um espaço de quarenta anos, foram eles que por misericórdia e graça de Deus, juntamente com Josué e Calebe, entraram na Terra Prometida, cumprindo, Deus, sua promessa feita a Abraão.

Os males da murmuração em que se envolveu a nação de Israel a levou a tornar-se uma “má congregação” que se levantou contra o Senhor.
“Eu, o Senhor, falei. E assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra mim; neste deserto, se consumirão e aí falecerão” (v. 35).

Aquela congregação recebeu de Deus o devido julgamento: “neste deserto, se consumirão e aí falecerão.”

Os homens que foram escolhidos numa campanha para espiar a terra prometida, que eram, portanto líderes do povo levaram seus liderados ao pecado da murmuração.
“E os homens que Moisés mandara a espiar a terra e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, infamando a terra, aqueles mesmos homens, que infamaram a terra, morreram de praga perante o Senhor” (vs. 36,37).

Levando o povo de Israel a pecar contra Deus, esses homens o descontentaram, levando-O a julgar todos com morte;

A murmuração é algo tão grave que o próprio povo reconheceu que havia se rebelado contra o Senhor.
“[...] porquanto havemos pecado” (v. 40).

Reconheceram, embora tarde demais terem pecado contra o Senhor. Tentaram desesperadamente reverter o curso dos acontecimentos, posto em andamento por eles. Novamente falharam desobedecendo a Moisés (vs. 41,42).

As murmurações e rebeldias do povo os desviaram do Senhor. Deus já não era com eles.
“Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do Senhor, o Senhor não será convosco” (v. 43).

Note que o Senhor certamente abandonará todos que o abandonarem. E todos que Dele se separarem, ficarão expostos a todos os tipos de aflições.

Queremos concluir com as palavra do apóstolo Paulo e sua boa recomendação acerca deste terrível pecado:
“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14).

O termo grego para murmuração (goggusmos), traz o sentido de espírito de descontentamento e teimosia, como o que caracterizou os israelitas no deserto (Nm 16; 1Co 10.10).
No deserto eles murmuravam contra Deus e contra Moisés. Devidos seus constantes murmúrios, Moisés os descreveu como “uma geração perversa e depravada” (Dt 32.5).
Quando estavam no Egito, murmuravam; saíram do Egito, continuaram a murmurar. Não tinham nada prá comer, murmuravam; Deus mandou o maná, continuaram murmurando. Murmuraram por 40 anos no deserto; chegaram na terra prometida, as murmurações continuaram.
A atual geração de crentes, à semelhança dos israelitas, vive a murmurar. Deus abençoa, mas estão sempre murmurando, acrescenta mais bênçãos ainda, as murmurações continuam. É algo terrível!

Concluo enfatizando que precisamos dar um basta na murmuração em nossa vida. Murmurando, certamente, estamos desagradando a Deus, causando transtorno à obra de Deus e atraindo condenação para nossa vida e nosso lar. Renovemos a nossa mente pela Palavra de Deus e experimentemos qual a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1). Abandone esse insidioso pecado e dê lugar em sua vida a palavras de gratidão a Deus (Cl 3.16,17). Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

Comentários

  1. Olá meus queridos irmãos, Graça e Paz.
    É bom encontrarmos textos que fortalece a nossa fé e nos edifica. Parabéns pelo trabalho maravilhoso que desenvolve aqui é muito edificante. Os dias que vivemos são de tribulação, lutas e resfriamento na fé, e de muitas heresias onde muitos se estão alimentando, de alimento não sólido e contaminado, por isso adoecem espiritualmente, e poucos se importam com isso. Sejam os meus amigos irmãos os vasos de livramento, para mostrar o grande amor de Jesus. Trazendo mensagens edificantes aos nossos corações. Fico feliz quando encontro alguém que escreve com amor e dedicação. Aprendemos uns com os outros crescemos na graça no amor e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Quero aproveitar a oportunidade para partilhar o meu blog : Peregrino E Servo. Vou ficar muito feliz com sua visita e comentários. Deus te abençoe ricamente.

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