Alcançando bênçãos em tempos de crise



Por Nonato Souza

“Se eu cerrar os céus, e não houver chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; e se o meu povo, que se chama pelo nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Crônicas 7.13,14).

Estes versículos provavelmente mais do que qualquer outro em toda a Escritura, apresenta as condições para que o povo de Deus experimente suas bênçãos. “O castigo que Deus envia a seu povo em tempos de declínio moral, indiferença espiritual e de parceria com o mundo é a seca, esterilidade e a peste”. A falta de comunhão com Deus tem levado muitos a uma vida de letargia, mornidão e consequentemente ao fracasso espiritual e destruição plena.
A promessa de Deus para o seu povo em qualquer época, uma vez este povo estando sob o castigo divino, satisfaça as condições para um avivamento espiritual é: “eu ouvirei, perdoarei e sararei”. Esclareçamos de uma vez por todas que, aqueles que crêem devem abandonar seus pecados, vida centralizada no seu ego e submeter-se à Palavra de Deus e à sua vontade. Então, e somente então, alcançaremos o verdadeiro avivamento. “Se o meu povo que se chama pelo meu nome...” (2Cr 7.14).

Se humilhar. Humildade é a virtude em que manifestamos o sentimento da nossa fraqueza, ou de nosso pouco ou nenhum mérito.

A Bíblia ensina sobra a humildade?

A humildade será sempre honrada. “O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade” (Pv 15.33). É interessante observar que uma vez mais o autor volta ao tema do livro, “o temor do Senhor”. No texto apreciado se observa que a humildade vem antes da honra. Aqueles que vivem humildemente diante do seu Senhor e de seus mestres ou senhores, buscando sempre o crescimento, alcançará certamente lugar de honra no tempo certo (Lc 1.52). Mattew Henry comenta sobre o assunto: “Os princípios da religião, se aderidos fortemente, aprimorarão o nosso conhecimento, corrigirão os nossos erros, e serão o melhor guia do nosso caminho”. Ele ainda diz que “onde há humildade, há um feliz prenúcio de honra e preparativos para ela. Aqueles que se humilharem serão exaltados, tanto aqui como no futuro”

Com os humildes esta a sabedoria. “Vindo a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria” (Pv 11.2). O humildes, despreteciosos, modestos sempre serão bem-aventurados. Todos quantos se envolvem com a soberba, o seu desfecho sempre será a vergonha, porquanto acabam se envolvendo com atos e atitudes vergonhosas, aviltantes que desencadeará em prejuízo para si. “A soberba é um pecado da qual os homens têm razão para se envergonhar; é uma vergonha para um homem qu veio do pó, que vive de doações que depende de Deus, e que perde tudo o que tem, por ser soberbo”. Enquanto que a humildade deve, sem sombra de dúvida, fazer parte integrante da vida do cristão. Gosto do que diz Matthew Henry em seu comentário: “Da mesma maneira como, com os soberbos, há loucura, e haverá vergonha, também com os humildes há sabedoria, e haverá honra, pois a sabedoria de um homem lhe conquista respeito e faz com que o seu rosto brilhe diante dos homens; ou, se alguém for tão vil, a ponto de pisotear os humildes, Deus dará a estes últimos a graça, que será a sua glória”.
Pode-se afirmar com toda convicção possível, que: “Com os humildes está a sabedoria”.

Deus escolheu as coisas humildes, para aniquilar as que são grandes. “E Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.28; ARA). O mundo, assentado em um pedestal de soberba e arrogância, passou a sentir necessidade de uma mensagem que lhes transmitisse paz e, essa mensagem alançou com maior veemência a classe social mais baixa e muitos destes se converteram ao evangelho de Cristo. A filosofia grega, o poder romano, junto à religiosidade judaica não conseguiram transformar o mundo de então. Matthew Henry diz: “O evangelho era adequado para destruir o orgulho de judeus e gregos, para envergonhar o saber orgulhoso e a erudição dos gregos; e para derrubar aquele constituição sobre a qual os judeus se valorizavam e desprezavam todo mundo, pois “para que nenhuma carne se glorie perante ele” (v.20), não pode haver nenhuma pretensão para orgulhar-se.”

Deus dar graças aos humildes. “Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graças aos humildes” (Tg 4.6). O orgulho é algo que Deus aborrece. Deus diferencia entre o orgulho e a humildade, Ele resiste aos soberbos. Não pode haver desgraça pior do que sofrer a resistência do próprio Deus, tê-lo como aquele que rejeita as nossas orações, afastando de nós sua infinita graça. Todo aquele que se porta com soberba, cai em desgraça diante de Deus, sofrendo as consequência de suas próprias atitudes. Os humildes receberão de Deus honra, ou seja, “maior graça” por sua dependência e necessidade de Deus em toda e qualquer situação da vida.

O que a si mesmo se exalta será humilhado. “Porém o maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exatado” (Mt 23.12). O comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal nos explica sobre esta forte advertência contido no texto sagrado. Ele nos diz: “O âmago do discipulado não é encontrado nas apar~encias exteriores, nem nas largas franjas, ou nos lugares de honra. Ele está fundamentado na atitude de servir, e na humildade. O verdadeiro líder coloca suas necessidades em último lugar, como Jesus exemplificou na sua vida e morte. Tentar exaltar a si mesmo é contrário às exigências de Jesus para os seus servos. Somente aqueles que se humilham irão encontrar a verdadeira grandeza no reino de Deus.”

Os ninivitas foram salvos da destruição iminente porque se humilharam.

Os ninivitas creram em Deus. “E os homens de Nínive creram em Deus...,” (Jn 3.5).
Sacrificaram ao Senhor. “Proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor” (Jn 3.5).
Levantaram um clamor e se converteram ao Senhor. “Clamarão fortemente a Deus, se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há em suas mãos” (Jn 3.8).
Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho e lhes deu vitória. “E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jn 3.10).

Manassés, um rei extremamente pecador e que se arrependeu dos seus pecados, humilhou-se diante de Deus. Dentre as muitas práticas abomináveis de Manassés podemos citar:

“E fez o que era mau aos olhos do Senhor conforme as abominações dos gentios que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel” (2Cr 33.2).
Levantou altares a baalins, fez postes ídolos, queimou os seus filhos como oferta a moloque, praticava feitiçaria, encheu Jerusalém de sangue inocente, etc.
A Bíblia diz: “E ele, angustiado, orou deveras ao Senhor, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o Senhor é Deus” (2Cr 33.12,13).

Sacrifícios agradáveis a Deus, são o espírito quebrantado. “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás ó Deus” (Sl 51.17).

Orar. São preces ou súplicas dirigidas a Deus. O salmista dizia: “Ó tu que ouves as orações!...” (Sl 65.2).

A oração nos aproxima de Deus. “Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras” (Sl 73.28). Os santos se sentem bem quando, por fé se aproximam de Deus. Somos ensinados que, com fé, podemos nos aproximar de Deus. Isto é o que diz o escritor aos Hebreus. “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).

Quando oramos, podemos confessar os nossos pecados ao Senhor e ainda uns aos outros. “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). A ênfase de Tiago é sobre a necessidade de confissão de pecados. Certamente a preocupação de Tiago está no fato de que pecados não confessados pode se tornar um impedimento às orações e ainda um obstáculo nos relacionamentos interpessoais. O ensino de Tiago aborda que deve haver confissão de pecados não apenas a Deus, mas ainda às pessoas que se sentiram prejudicadas pelos mesmos. É certo, que havendo a confissão do pecado, o pecador recebe o perdão e experimenta a plena libertação da culpa. A quem os pecados devem ser confessador? O texto responde: “uns aos outros”. No texto não há menção específica que os pecados só devam ser confessados à igreja ou aos pastores, fala, porém, de confissão a nível de pessoas, dentro de um círculo de crentes. Tiago, porém, não elimina a possibilidade de haver confissão para o pastor e presbíteros (v. 14). Pecados públicos, que envolvem os crentes devem ser confessados publicamente, os pecados particulares devem ser tratados com as pessoas envolvidas. É, portanto, necessário haver discernimento, restrição e cuidado para com os que desejam confessar pecados pessoais.

Orar é quebrantar-se em humilhação. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14). Matthew Henry diz que “eles deveriam se humilhar debaixo de sua potente mão, orar pela remoção do juízo, e buscar a face e o favor de Deus”. Prossegue, no entanto, dizendo, que “nada disso servirá a menos que eles se convertam dos seus maus caminhos, e retornem para o Deus contra quem se rebelaram”

Devemos orar e vigiar. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Não se trata de está simplesmente desperta fisicamente, porque então poderá sucumbir, fracassar em meio à tentação. O clamor do texto é para um despertar espiritual. Se com o coração e mente estiver vigilante, certamente, vencerá a tentação.

Devemos orar em todo o tempo. “Orando em todo o tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18). “Orar no Espírito” aqui não é mesmo que “orar em espírito”, se é que esta seja uma expressão correta. Orar no Espírito indica que o Espírito Santo nos ajuda a orar (Rm 8.26), torna Deus acessível a cada um de nós (Ef 2.18) e nós dar confiança quando oramos (Rm 8.15,16). É o Espírito Santo que nos inspira e nos guia em nossas orações.

Devemos orar sem cessar. “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). O cristão deve perseverar em oração na presença do Pai.

A oração é a chave para a solução de todos os problemas. Observemos o que Jesus ensinou sobre o assunto da oração: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre” (Mt 7.7,8).

Buscar a minha face. O texto se refere exatamente a uma procura ou busca constante de Deus.

Somos exortados a uma busca constante de Deus. Vejamos:

“Buscai o Senhor e o seu poder, buscai perpetuamente a sua presença” (Sl 105.4).
“Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão” (Pv 8.17).
“Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).
“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Os que buscam a face do Senhor encontram: Paz (2Cr 14.1; rei Asa); Repouso (2Cr 14.7; rei Asa); Prosperidade (2Cr 14.7; rei Asa); Glória em abundância (2Cr 17.5; rei Josafá).

E se converter dos seus maus caminhos.

A conversão é uma mudança. “Quando o teu povo de Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra ti, e se converterem a ti, e confessarem o teu nome, e orarem, e suplicarem a ti nesta casa” (1Rs 8.33,34).

Quando há uma real conversão, os pecados são apagados. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham, assim, os tempos de refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19).

Tempos de refrigério, é o sinal de conversão (At 3.19).

A volta do Senhor está relacionada com a nossa conversão. “E envie a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado” (At 3.20).

O profeta Samuel fez uma convocação a todo Israel para se converter. “E disse Samuel a toda a casa de Israel: Se de todo o vosso coração vos converteis ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e as astarotes, preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a Ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus” (1Sm 7.3).

Conclusão: A todos quantos andarem segundo esta palavra, o Senhor lhes diz: “Então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14). Esta e a promessa de Deus a todos aqueles que vivem em meio esta sequidão de estio espiritual da atual geração. Em meio a tanta crise espiritual, de integridade existente no arraial dos santos, temos da parte de Deus, a promessa de alcançarmos bênçãos em tempo de crise.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

Henry. Matthew, Comentário Bíblico Antigo Testamento. Jó a Cantares. Edição Completa, pg. 800. CPAD.
Ibidem, pg. 770
Ibidem, 771
Henry. Matthew, Comentário Bíblico Novo Testamento. Atos a Apocalipse, Edição completa, pg. 432. CPAD.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. 01. CPAD
Henry. Matthew, Comentário Bíblico Antigo Testamento. Josué a Ester. Edição Completa, pg. 707. CPAD

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