Resultados de um verdadeiro Pentecostes










Por Nonato Souza

A festa de Pentecostes era uma das três grandes festividades anuais do povo israelita, conforme descreve a lei de Moisés, nesta festa deveriam comparecer à presença de Deus todos os varões (Ex..23:14-19).
Podia ser chamada também de "festa da sega dos primeiros frutos" (Ex.23:16), "festa das semanas", e "festa das primícias" (Ex.34:22), porque, nela, deveriam os israelitas trazer os primeiros frutos colhidos durante o ano.
No Antigo Testamento, a Festa de Pentecostes era uma santa celebração em que o adorador oferecia ao Senhor uma oferta voluntária proporcional às bênçãos recebidas do Senhor (Dt 16.10). No contexto profético, ela é uma referência à efusão do Espírito Santo sobre toda a carne (Jo 2.28; At 2.1-13).
Não é, portanto, coincidência que o derramamento do Espírito Santo tenha se iniciado no dia de Pentecostes. É certo que estamos no "ano aceitável do Senhor" (Lc.4:19), tempo este, em o evangelho está sendo pregado em todas as nações. Estudiosos são de acordo que este ano se iniciou com a morte de Jesus Cristo no Calvário, nos abrindo assim, um novo e vivo caminho para o Pai (Hb.10:20).
“Este episódio que inaugura o ano aceitável do Senhor, nada mais é que a Páscoa (I Co.5:7). Tanto é verdade, que no dia seguinte à páscoa, era oferecido um molho das primícias da colheita ao sacerdote (Lv.23:10), que seria movido perante o Senhor. Esta primícia não é outra senão, o primogênito dentre os mortos, aquele que ressuscitou no primeiro dia da semana, Jesus Cristo (I Co.15:20,23; Cl.1:18).”
“Ato seguinte, cinqüenta dias depois, vinha o Pentecostes, festa que indica o início da colheita no ano, ou seja, o início da salvação de multidões de almas através da pregação do evangelho pela Igreja, o início do movimento do Espírito Santo, baseado no sacrifício de Cristo, algo que perdurará até a festa da colheita final, até o final do ano aceitável do Senhor, que se dará com a terceira festa, a Festa das Trombetas ou Festa dos Tabernáculos, que representa a volta de Cristo, o arrebatamento da Igreja.”
Observe que, após a ressurreição, Jesus esteve 40 dias com os seus discípulos, então, foi assunto ao céu, passaram-se mais 10 dias, estando os discípulos em oração no cenáculo para que recebessem a promessa do Pai que cumpriu-se exatamente na festa de Pentecostes (At 2.33). As verdades bíblicas são maravilhosas e têm significados especiais para a nossa salvação.
A verdade gloriosa do Pentecostes, a respeito do batismo no Espírito Santo, não é menos importante. Esta é uma promessa real para todos. Pra mim e pra você. Somos o movimento do Espírito Santo. E Uma Igreja que se autodenomina de pentecostal, precisa viver na plenitude do Espírito Santo.
De que adianta ser chamado de pentecostal ou de pertencer a uma igreja dita pentecostal, se não temos sobre nós a tocha de fogo pentecostal na vida? O pentecostes é uma festa de poder. Poder para todos. Ninguém precisa ter uma vida sem o poder do alto. Jesus disse: “Recebereis a virtude do Espírito Santo...” (At 1.8). Por isso observemos os resultados do Verdadeiro Pentecostes.

Quais os resultados de um verdadeiro pentecostes?

1. Todos foram cheios do Espírito Santo (At 2.1-4)

1.1. Este fato foi o início do cumprimento da promessa de Jl 2.28,29: “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, ...”;
1.2. No dia de Pentecostes, os discípulos foram revestidos do poder do alto, que os capacitou a testemunhar de Jesus e falar das suas grandezas. “... e cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11);
1.3. Quando uma pessoa experimenta o revestimento de poder, ele passa a falar das coisas que são de cima (Cl 3.1-5);
1.4. Começando no dia de Pentecostes e adiante, observamos sempre os crentes cheios:

a) Cheios quando estavam orando. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam a Palavra de Deus” (At 4.31);
b) Os diáconos deveriam ser cheios. “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3);
c) Estevão cheio do Espírito, quando pregava aos filhos de Israel viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus” (At 7.55);
d) Aos efésios e aos crentes contemporâneos manda o apóstolo Paulo: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18); Não ser cheio do Espírito é negligência, e negligência é pecado. Não ser cheio do Espírito é pecado. A ordem é esta: “Enchei-vos do Espírito”.
e) Quando estamos cheios do Espírito Santo, começamos a falar das grandezas de Deus. Pois se cumpre em nós o que disse Jesus: “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12.34).

2. As multidões foram influenciadas pelo poder de Deus (At 2.6)

2.1. Observe que em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. Quando aquela multidão ouviu aquele barulho de línguas, pasmaram e ficaram confusos, pois, os ouviam falar em sua própria língua, e se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns aos outros: Que quer isto dizer? (At 2.5-13);
2.2. Não foi exatamente isso que aconteceu na rua Azuza em Los Angeles? Quando o pastor Seymour se punha a pregar acerca da promessa do batismo no Espírito Santo com a evidência inicial de falar em línguas estranhas e muitas pessoas sinceras vinham a Azuza Stret para observar e testemunhar os fatos, e ali eram batizados no Espírito Santo, levando a mensagem pentecostal a outros países e igrejas?
2.3. Porventura, não foi exatamente isso que aconteceu com os nossos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg? Que cheios do Espírito Santo trouxeram a mensagem pentecostal a Belém do Pará e dali, espalharam estas verdades em todo o solo brasileiro, sendo hoje a Assembléia de Deus o maior movimento pentecostal do mundo?
2.4. Não será este derramamento do Espírito que fará a diferença hoje em nossas igrejas? Quando pregarmos a verdade acerca de tão gloriosa experiência pentecostal e dermos lugar para o Espírito Santo operar com liberdade em nosso meio?
2.5. Será que não estamos precisando ouvir a voz do Espírito nas congregações, para que aquelas que estão vazias, sem freqüência e sem movimento, voltem a sentir o agir do Espírito de Deus?
2.6. Será que não era isso que acontecia com João Batista, ao pregar no deserto da Judéia cheio do Espírito Santo? “Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão” (Mt 3.5);
2.7. E acerca de Jesus, o que está escrito? “..., e soube-se que estava em casa. E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava-lhes a palavra” (Mc 2.1,2);
2.8. Se na igreja tiverem pregadores, cantores, professores de escola dominical e membros em geral, cheios do Espírito Santo, para lá acorrerão as multidões para se encontrarem com Jesus.
2.9. Será que não estamos precisando de um derramamento do Espírito sobre nós agora? Se isto acontece, os resultados serão grandes para o Reino dos céus.

3. Tinham ousadia para prega a Palavra (At 2.14-17)

3.1. Estas são as primeiras palavras de Pedro no dia de Pentecostes. Prova cabal de que este era um Pedro diferente daquele que havia negado Jesus três vezes diante de uma criada;
3.2. Antes do pentecostes, temos um Pedro medroso, tímido, escondido com os discípulos com medo dos judeus;
3.3.Depois do pentecostes, temos um Pedro corajoso, destemido, que se apresenta diante de uma multidão, e com voz forte e penetrante fala aos judeus convencendo-os de pecado;
3.4. Diante da pergunta feita por aqueles que lhe ouvia: “Que faremos varões irmãos?” Pedro corajosamente lhes responde: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38);
3.5. O Espírito Santo nos dar ousadia para anunciarmos a Palavra mesmo em situações complicadas como foi o caso de Estevão diante da ameaça de morte dos seus algozes (At 7.54-60);
3.6. Oh Deus, nos enche do teu Espírito e de ousadia para que possamos testificar com ousadia da tua Palavra (At 4.31).

4. Muitas almas alcançam a salvação (At 2.41)

4.1. Desde o dia em que a igreja recebeu o batismo no Espírito Santo, passou a desfrutar de constante crescimento, senão vejamos:
a) No dia de Pentecostes: quase três mil almas (At 2.41);
b) Todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar (At 2.47);
c) E muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número... a quase 5 mil (At 4.4);
d) E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais (At 5.14);
e) “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos...” (At 6.1);
f) “...e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos...” (At 6.7);
g) “... e eis que encheste Jerusalém dessa vossa doutrina” (At 5.28);
4.2. Este é exatamente o despertamento que precisamos para os dias atuais. O Espírito de Deus fará isto se dermos lugar agora.

Conclusão: A todos que experimentaram o poder do Espírito de Deus em suas vidas, admoesto eu: Não pares não negligencieis o que recebestes do Espírito, não cruzes os braços, pensando que a luta acabou. Ainda existem inimigos que precisam ser vencidos. Precisamos do poder. Porque há muitos crentes que embora batizados com o Espírito Santo, são secos como folha, e vive uma vida pior do que aqueles que não receberam a promessa do alto? O fracasso destes é porque ficam confiando nas promessas já recebidas e não procuram renovação espiritual. Pensam que ainda têm a mesma unção perdida por algum motivo. Esses crentes precisam de renovação espiritual. O batismo no Espírito Santo é uma única vez, mas a renovação deve ser todo dia, diariamente. Estes são os resultados de um Verdadeiro Pentecostes.


Bibliografia
Kastberg, Nils. Sangue e fogo. CPAD. 3ª Edição 1984. Rio de Janeiro
Santos, Nonato Souza. Sementes para o celeiros. Apostila de esboço. 2006

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Salvai-vos desta geração perversa"

Rebelião Contra os Líderes

É tempo de despertar