OS SALVOS PELA FÉ PRATICAM O AMOR CRISTÃO


 Pr. Nonato Souza.


"Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Será que essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem com falta de roupa e necessitando de alimento diário, e um de vocês lhes disser: “Vão em paz! Tratem de se aquecer e de se alimentar bem”, mas não lhe dão o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tiago 2.14-17).


Sabe-se que a fé é ensino base da vida cristã. Pala fé fomos salvos e também pela fé vivemos, pois, sem fé é impossível agradar a Deus (Ef 2.8; 2Co 5.7; Hb 11.6). Tiago passa a discorrer sobre a fé e as obras. Cremos ser importante o assunto abordado aqui pelo apóstolo, pois, conceitos errado sobre o assunto podem por em risco a nossa salvação. Em seus ensinos Tiago mostra que é preciso haver consistência entre o que se fala e o que se faz introduzindo, assim, o argumento da inseparabilidade entre fé e obras que deve se originar dessa consistência.

O teólogo reformado Martinho Lutero tinha enorme dificuldade em aceitar este ensino de Tiago. Ele dizia ser impossível conciliar Paulo com Tiago. Sabemos, entretanto, que não é assim. Não há nenhuma contradição entre Paulo e Tiago. No sentido geral, Paulo enfatiza a fé como o meio pelo qual aceitamos a Cristo como Salvador. Tiago enfatiza o fato de que a verdadeira fé deve ser uma fé ativa, duradoura que molde nossa própria existência.

Os versículos 14-26 tratam do problema, sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé salvadora no Senhor Jesus Cristo, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras, nenhuma evidência de devoção sincera a Deus e à sua Palavra. Este tipo de comportamento estava presente na vida de muitos ditos cristãos no princípio da igreja. Havia naqueles dias falsos crentes cuja fé era morta. Discursos recheados de palavras bonitas cujo testemunho inexiste. Tiago reprova tal atitude, pois a fé salvadora é uma fé viva e não se limita à mera confissão de Cristo como Salvador, mas, vai além, buscando através das obras, o amor ao próximo e o bom testemunho cristão.

De nada adiante dizer que acredita em todo um compêndio doutrinário se na vida não demonstra por ações a sua fé. Esta é uma afirmação vazia, pois não esboça nenhuma obediência com o que diz está comprometido, além de não viver na prática o amor ao próximo. A fé deste é intelectual, estéril e sem nenhum valor. É uma fé que jamais poderá salvá-lo. Veja que no entendimento de Tiago, a fé salvadora flui do nosso coração, emana até a nossa mente e é traduzida em obras. Esta é uma fé vibrante, de palavras e obras, dita e realizada por amor a Deus e ao próximo, capaz de salvar.

Sabe amigo, qualquer pessoa pode dizer que tem fé, mas se a sua fé não é acompanhada pelas obras, se seu estilo de vida continua sendo egoísta e mundano e não se preocupa com o próximo, é perda de tempo. Este tipo de fé não leva a nada, ou melhor, não leva ao céu. Esta é uma fé a respeito de Jesus, e não a fé em Jesus. Esse tipo de fé não salva. Na verdade, a fé que salva é a fé que fica evidente nos atos que ela produz.  A fé morta está divorciada da prática da piedade. Ela não age com amor, não ajuda quem necessita embora seja consciente desta verdade. Ela sabe de alguém e tem conhecimento de sua necessidade, mas, não faz coisa alguma para supri-las. A única coisa que oferece é uma porção de palavras piedosas: “Vão em paz! Tratem de se aquecer e de se alimentar bem”. Uma falsa piedade. Há, na verdade, um hiato, um abismo entre o que a pessoa professa e o que vive. O cristão que assim se comporta crê na verdade, mas não é transformado pela Palavra da verdade. A verdade chegou à sua mente, mas está distante do seu coração. É um erro pensar que apenas recitar ou defender um credo ortodoxo faz de uma pessoa um cristão.

Sabe-se que comida e roupa são necessidades básicas (1Tm 6.8; Gn 28.20). Como crentes, devemos ajudar a todos e, principalmente, aos que professam a mesma fé (Gl 6.10). Seremos julgados por esse critério (Mt 25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1Jo 3.17,18). O sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé, mas não a demonstravam (Lc 10.31,32). João Calvino diz: “Só a fé justifica, mas a fé que justifica jamais vem só”. A fé intelectual, inútil, incompleta e morta não salva ninguém. Ortodoxia sem piedade produz morte. James Boyce diz que não podemos ser cristãos e, ao mesmo tempo, ignorar as necessidades dos outros.

Sabe, amigo, as palavras de Tiago devem tocar profundamente em nossos corações. Devemos pensar com mais cuidado acerca da fé que dizemos professar. Pense meu irmão! Se há alguém com fome e se nós temos o meio para socorrê-lo, não devemos, jamais, negar ajuda a essa pessoa. Quão difícil é ser indiferentes às necessidades do próximo e ainda professar que é um cristão.

 

Oração:

Senhor Deus, Criador dos céus e terra, bendito seja o teu nome eternamente! Senhor dá-me a graça de te servir como cristão autêntico, verdadeiro, cujo coração está plenamente devotado a ti. Que haja em meu coração consistência entre o que falo e o que faço. A vida cristã, Senhor, não deve consistir apenas de discursos vazios, mas de ações piedosas em Cristo que me levam a amar o meu próximo. Senhor Deus, dá-me um coração generoso e ajuda-me a dividir o que tenho com os mais necessitados. Fazendo assim, Senhor, estou suprindo as necessidades das pessoas e fortalecendo a minha fé através de boas práticas. Seja a tua graça sobre minha vida, agora e sempre. Amem!  

 

Pr. Nonato Souza, Brasília/DF, Brasil.

 

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