Estamos de fato precisando de um avivamento?


Por Nonato Souza.


“Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” Habacuque 3.2.


O que se pode entender como avivamento?  Avivamento é o Espírito de Deus dimanando da alma regenerada do homem cheio de graça e do Espírito Santo. Avivamento é quando os crentes são despertados para uma vida espiritual abundante, uma vida de oração mais fervorosa, com maior ardor, e passam a promover a causa de Cristo e a salvação dos pecadores.
Quando o avivamento chega, passamos a desfrutar dias abençoados em que o Senhor realiza em nós e através de nós aquilo que a humanidade precisa. Com a vinda do avivamento, a vida da Igreja se torna mais dinâmica, cada crente mais frutífero e, consequentemente, mais efetivo na obra de evangelização. Oh! Que venha o bendito avivamento!

O que não é avivamento?
Muitas coisas têm acontecido na vida dos crentes e em reuniões de igreja que são caracterizadas como avivamento. Mas, será que de fato estamos vivendo um avivamento real? Eis porque é importante começar o assunto mostrando o lado negativo do que é avivamento. Vamos descrever o que não avivamento?

Não é barulho. Avivamento não é gerado por barulho. Este é um pensamento equivocado que perpassa pela cabeça de alguns cristãos e até líderes. Para estes, se o barulho for grande o avivamento também o será. Nada a ver. Um verdadeiro avivamento pode gerar santos barulhos, mas não necessariamente;

Não é emocionalismo. Pode, no entanto, mexer com as emoções, que são uma forma pessoal de reação, e podem variar de pessoa para pessoa;

Não é ativismo. Esse é um mal na Igreja hodierna. Nunca se viu tanto ativismo na igreja quanto esse frenesi da atualidade. Vivemos um tempo em que se corre muito devido os compromissos normais existentes, ai, vem o ativismo da igreja local com suas agendas lotadas que tiram o tempo das pessoas com Deus e suas famílias. O que vemos, são pessoas agarrados a um ativismo exacerbado a ponto de enlouquecer pelo excesso de compromissos existentes. A igreja local é um lugar onde o tempo deve ser aproveitado para o aprendizado, a comunhão, alegria e serviços, tem sido, no entanto, um ancoradouro de muito ativismo com pouco proveito para o essencial regado a angústias e dores profundas, por não se conseguir administrar o tempo para a família, o trabalho e a igreja com sua concorridíssimo agenda existente. um verdadeiro stress.
É claro que precisamos está sempre na Casa de Deus, participando dos cultos e reuniões necessárias, mas isso não pode ser algo doentio a ponto de matar aqueles que buscam servir com seus dons ao Senhor, numa igreja local. Avivamento, repito, não é ativismo, apesar de termos consciência que o avivamento pode impulsionar a igreja para grandes atividades, produzindo grandes obras para Deus;

Não é o falar em línguas. O crente cheio do Espírito Santo fala em línguas como evidência inicial do batismo, ou ainda, recebendo o dom de variedade de línguas. Em ambos os casos o que fala línguas edifica-se a si mesmo (At 2.1-4; 1Co 14.4). Avivamento é mais que falar em línguas para edificação.

Não é legalismo farisaico. Quando ministrava às igrejas que pastoreava, apóstolo Paulo costumava combater duramente esses legalistas irresponsáveis (Cl 2.18-23). Hoje não é diferente. Dizer que não há um legalismo farisaico na igreja local hoje é querer negar a realidade de fatos existentes. Nossos templos estão repletos de legalistas com mania de querer padronizar comportamentos. Muitos líderes impõem costumes tão pesados sobre os ombros dos irmãos que se torna impossível de os carregarem. Isto fazem, por achar ser este o caminho da salvação. O legalista quer alcançar a salvação pelo que se faz e nunca pelos méritos de Cristo Jesus. Estão totalmente equivocados. Isso não gera avivamento. Costumes e tradições é apenas cultura e não doutrina bíblica. É preciso entender essa questão de uma vez por todas.

Também não é liberalismo. Estamos vivendo um tempo de afrouxamento das verdades bíblicas. Por não suportarem a sã doutrina, muitos cristãos estão rodeados de mestres que trabalham para, simplesmente, lhes agradar, para lhes falar o que querem ouvir. O que está acontecendo é um afrouxamento dos padrões morais, gerando, portanto, libertinismo. Avivamento gera liberdade, isto é certo, mas com ética e padrões de moralidade fortes;

Não é “movimento” de grandes reuniões ou congressos. As grandes reuniões ou congressos onde se gasta somas enormes de dinheiro, na maioria das vezes, nãoem nada, não geram mudanças significativas na vida de ninguém e pouco resultado trás para o Reino de Deus.  Nestes grandes eventos, acontecem tantas coisas estranhas, com tão pouco resultado, que, com frequência, acabam por banalizar a própria noção do que é o verdadeiro avivamento;

Não é produto da teologia dos decretos, tão em voga nos dias atuais. Milhares de avivamentos já foram decretados para o Brasil e, até agora, nada aconteceu. E porque não aconteceu? Porque avivamento é decreto de Deus e não de homens;

Avivamento não está relacionado com esses movimentos e modismos que estão acontecendo por aí. Avivamento não é amarrar o inimigo, cair no Espírito, dançar no Espírito. Avivamento também não é nova unção ou até mesmo transferência de unção. Nada a ver com estas coisas. É bom dizer também que nos verdadeiros avivamentos não necessitamos dos chamados cultos de libertação, embora em todos os cultos possa haver libertação. Avivamento também não é decretar a bênção, determinar a vitória, pular, pular e pular. Nos verdadeiros avivamentos, podemos até ter movimento, mas movimento do Espírito, promovido pelo Espírito.

O que é avivamento?
Avivamento é definido comoreanimar aquilo que possuiu vida, mas caiu em estado de declínio” (Joseph kemp). “É o ato ou efeito de avivar, tornar mais vivo, mais nítido” (Aurélio). O avivalista Charles Finney diz que “avivamento nada mais é que um novo começo de obediência a Deus”. O avivamento é Deus se movendo pelo seu Espírito, reavivando o cristianismo bíblico na Igreja com impactos profundos na sociedade em que ela está inserida.
 Pode ser definido como “o retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. É o retorno à Bíblia como nossa única regra de fé e prática. É o retorno à oração como a mais bela expressão do sacerdócio universal do cristão. É o retorno às experiências genuínas com Cristo, sem as quais inexistiria o corpo místico do Senhor. É o retorno à Grande Comissão, cujo lema continua a ser: “[...] até aos confins da terra [...]” O avivamento, enfim, é o reaparecimento da Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus” (Claudionor de Andrade).
Todos são sabedores de que existem diferentes níveis de avivamentos.  Há casos em que países inteiros foram impactados. Em outros casos, apenas cidades. Há casos em que apenas colégios e universidades foram avivados, e, em outros, somente igrejas. Seja em qual for o nível em que se manifeste, o avivamento sempre produzirá mudanças significativas.

Concluo dizendo que estou convicto da necessidade que temos de um autêntico avivamento. Os percalços que se desencadearam sobre a igreja é fruto de muitos desmandos, vida cristã desregrada, líderes negligentes quanto à Palavra de Deus, ausência de um compromisso mais profundo com Deus e seu Reino. Tudo isso nos mostra claramente que precisamos de um avivamento urgente. Um avivamento que traga mudanças profundas no âmbito da igreja, em todas as áreas. Não temos outra opção. A regra para o avivamento é esta: Se queremos avivamento, devemos ir em busca do avivamento. Porque não tomamos essa posição e começamos agora? É hora de buscarmos avivamento.

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