Jesus Cristo está no barco, não vai afundar


Por Nonato Souza


“E aconteceu que, em um daqueles dias, ao entrar no barco, pediu Jesus aos seus discípulos: Passemos para a outra margem do lago, e partiram. Enquanto navegavam, Ele adormeceu. E abateu-se sobre o lago uma grande tempestade com fortes ventos, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam o risco de naufragar. Então os discípulos correram para acordá-lo, exclamando: Mestre! Mestre, estamos a ponto de morrer! Ele se levantou e repreendeu a tempestade e a violência das águas. Tudo então se acalmou e houve perfeita paz. Jesus, no entanto, dirigiu-se aos seus discípulos e indagou: Onde está a vossa fé? Mas eles, amedrontados e maravilhados, interrogavam uns aos outros: Quem é este que até aos ventos e às ondas dá ordens, e eles lhe obedecem?” (Lc 8.22-25; BKJ).


Não tenho dúvidas quanto à maneira de Deus trabalhar em nossas vidas para alcançarmos boa experiência e maior maturidade espiritual. Sei que o Espírito Santo pode nos levar aos “desertos” e “cavernas” da vida para sermos provados e quando isto acontece temos dificuldades para assimilar, pois, acaba fugindo do nosso entendimento, raciocínio, principalmente quando estas situações vêm a nós através de certos desconfortos, situações complexas, incluindo enfermidades. Todas estas situações a que por vezes somos submetidos, é de difícil entendimento para qualquer ser humano.

Frequentemente, observa-se a luta ferrenha de pessoas amigas que sofrem com enfermidades e situações adversas que nos entristecem a ponto de perguntarmos mesmo para Deus, o porquê destas coisas e porque não há uma cura, uma solução, um milagre mais rápido, tirando assim, todo o angustiante sofrimento e a dor profunda que assola.

Sempre quando se passa por estas situações, busca-se cura, solução em Deus. Em Deus, repito, costuma-se buscar a solução dos problemas, o afastamento das dificuldades, e, sempre o fazemos com uma intensidade descomunal, mas sabe-se que nem sempre a mesma vem ou então, há uma demora infida para acontecer o milagre. É difícil para o ser humano entender todo este processo, pois se torna quase que imperceptível para quem passa por situações assim, perceber que o momentâneo sofrimento o está tornando uma pessoa mais sensível com maior entendimento e com um pavio mais longo. Você se lembra de Jó e o que passou quando foi envolvido sem saber em uma batalha espiritual chegando ao ponto de perder seus bens, seus filhos e sua saúde? (Jó 1,2). Depois de tudo que passou, durante longo tempo de prova foi capaz de dizer: “De fato, meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito; contudo, agora os meus olhos te contemplam!” (Jó 42.5).




Veja que, a paciência, a tolerância com os outros e a obediência a Deus é um subproduto da dor prolongada. Quando passando por todo este processo que sempre se torna doloroso, estamos crescendo em sabedoria, e adquirindo maior paciência. Você acredita? Pois é, é assim que funciona.

O ser humano tem uma tendência de agir sempre com base no seu próprio conhecimento, capacitação e vontade, quando, porém, vem o sofrimento prolongado, acontece a remodelagem, uma mudança interior. É o agir de Deus buscando mudança, tirando a nossa dureza, brutalidade, ignorância, estupidez. Nasce, então, um desejo maior de obedecer, um espírito mais disposto para o aprendizado e uma atitude menos arrogante. Isto mesmo, o sofrimento nos abate até entendermos que a arrogância, egoísmo, prepotência não nos leva a lugar nenhum e, então, estamos dispostos a nos humilharmos diante de Deus, aceitando a sua vontade, o seus princípios.

O conhecimento humano vem naturalmente. Mas com ele, vem a soberba carnal e uma arrogante sensação de independência. É fato que tudo que adquirimos através do conhecimento, com a nossa capacidade, poderá produzir em nós um desinteresse cada vez maior pelas coisas espirituais e um forte apego pelo que é palpável e terreno. À medida que o nosso reservatório de conhecimento horizontal cresce, a nossa pele fica mais espessa, e nossos coração vai se tornando mais insensíveis. Nos tornamos endurecidos, críticos ferrenhos da verdade, brutos a ponto de não aceitarmos o que Deus tem de melhor para nós. Então, a dor vem e nos mostra o quão frágeis somos. Neste momento nos sentimos qual barco à deriva sem um porto onde atracar. Em tal situação a sabedoria divina nos espera para nos abraçar, trazendo consigo uma bela mistura de discernimento – um tipo que nunca teremos, com todo o nosso conhecimento – humildade genuína, percepção em relação aos outros e uma incrível sensibilidade em relação a Deus e Sua Palavra.


Eu sei, é difícil entender que Deus permite o nosso sofrimento. Deus, porém, permite que as circunstâncias do sofrimento sejam usadas para nos moldar e nos deixar em conformidade com a “imagem do Seu Filho”. Nada do que acontece na vida do homem, acontece por acaso.

Se tranquilize, por trás de cada experiência que passamos está o nosso Senhor e Salvador, amoroso e soberano nos ensinando, buscando o nosso melhor. Sei que Deus não nos trata como coitadinhos, Ele continuamente, realiza as coisas segundo o seu propósito e plano infinito objetivando nos ajudar.  É a pedagogia de Deus. E isto, por incrível que possa parecer, inclui o nosso sofrimento. Creia!

Concluo dizendo que mesmo não entendendo a forma de Deus trabalhar para nos levar à maturidade, fazemos melhor quando nos dispomos a aceitar e obedecer a Sua vontade. É assim que funciona no âmbito do Reino de Deus. Creia! O barco não vai afundar! 


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