Pasur, um pregador popular e impressionante

Por Nonato Souza.

Na época em que Jeremias exerceu o seu ministério houve um impressionante reavivamento em Israel que fora iniciado pelo rei Josias. Nesse tempo a Palavra de Deus se tornou conhecida, o culto popular e houve grande afluência do povo ao templo. As coisas pareciam transcorrer na mais perfeita harmonia.

Surge Pasur (Jeremias 20), sacerdote que fora nomeado presidente da Casa do Senhor, que se tornou popular em Jerusalém. Sua liderança impressionava a muitos, seu entusiasmo era eletrizante e o que fazia causava espanto pela forma como extraia o melhor de todas as coisas para o povo. Era especialista em massagear o ego daqueles que costumeiramente o ouvia e lhe seguia os passos. Muitos sacerdotes, profetas e mestres seguiam o seu exemplo, vida e práticas.

As palavras preferidas desse líder, que pode perfeitamente, ser caracterizado como falso profeta era “paz, paz, paz”; “tudo vai acabar muito bem”; “Deus está cumprindo seus propósitos em nós”; “somos o povo de Deus e Ele vai abençoar todos por nosso intermédio”. Pasur levava o povo a celebrar um passado ilustre de grandes conquistas, além, de levá-los ao reconhecimento de sua eleição como povo de Deus. As dificuldades existentes pareciam está ocultas aos olhos de homens comuns, isso porque constantemente se via crimes ocasionais, escândalos, injustiças, culto a outros deuses ainda que cometidos ocultamente. O que se observa é que as muitas transgressões não eram capazes de tirar do povo o otimismo impregnado por Pasur em suas mentes. O templo estava sempre cheio de pessoas prontas para receber de Pasur sua popular e impressionante mensagem: “Deus ama vocês... Paz, paz, paz”. O que estava acontecendo era algo de fato impressionante.

Hoje, como nos tempos do profeta Jeremias, estamos vendo acontecer exatamente mesma coisa. O papel do evangelho não é simplesmente levar-nos a nos sentir bem e ser amados. Sermos amados por Deus não é o suficiente, até mesmo porque o seu amor por nós requer um retorno em fidelidade e compromisso à Sua Palavra. Quando isto não acontece, enganamo-nos a nós mesmos.

“E paz? Sim, Deus nos concede paz. Porém, a paz que eles nos dá não é a paz das pessoas que evitam coisas desagradáveis. Não é a paz que se obtém quando se evita falar sobre assuntos dolorosos ou tocar em certas feridas. É preciso combater a maldade, derrotar a apatia, desafiar o cansaço, confrontar a ambição. Qualquer pregação sobre paz que dá as costas para essa situação é uma tremenda farsa”.
Muitos pregadores vivem à semelhança de Pasur. Estão em nossas tribunas simplesmente para massagear o ego dos seus ouvintes. Eles se esquecem de anunciar as verdades do evangelho que transforma vidas. São regidos por seus próprios sentimentos ou ainda, pela opinião da maioria. Uma triste realidade presente hoje na vida de muitos líderes do povo.

Pasur era um pregador de mentiras e engodos. O povo engolia com facilidade as mentiras por ele proferidas, isto, porque estavam em busca de vantagens, atalhos e, ali estava alguém perito neste tipo de comportamento. O povo se abstinha de ouvir as verdades proferidas por Jeremias, mas estavam abertos aos engodos do pregador Pasur. Triste sorte a situação de um povo que prefere dar crédito à mentira que se envolver com a verdade. Ora, se queremos está mais perto de Deus, se envolver profundamente com a verdade e ser melhores, não há caminhos mais fáceis, desdobramentos ou outros. O caminho certo é uma vida de obediência junto a Deus. “Temos que desmascarar a vida centrada no próprio ego e proclamar a verdadeira vida em cujo centro está Deus”.

Qualquer reforma espiritual será inútil quando o que resulta desta não for uma mudança completa de vida. “Que proveito há em manter o templo limpo e as peças de bronze polidas e brilhantes enquanto a qualidade de vida das pessoas era ignorada”. “Que não basta vibrar com as grandes tradições religiosas enquanto as pessoas de que não gostamos são tratadas como lixo; que não é justo enfatizar a cerimônia e o ritual da religião que nos fazem sentir bem se esses sentimentos não nos levam a praticar boas ações”. “A verdade está no íntimo: temos que experimentar em nós mesmo o que professamos”.

Oro e espero em Deus mudanças. Não devemos nos amedrontar com os “troncos” da vida ou ser intimidado pelos escárnios daqueles que nenhum compromisso tem com as verdades do Evangelho de Cristo. À semelhança de Jeremias, os verdadeiros pregadores e líderes devem se sentir como “uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e muros de bronze”. Na verdade, não temos que gostar ou apoiar essa situação presente, esse caos instalado. Clamemos ao Senhor contra os “Pasus” da vida, porque o mais importante para nós é o Deus a quem adoramos e servimos. Quanto ao conforto, aplausos, segurança, bens, tudo é passageiro. É tempo de culto com reverência, pregações bíblicas e religião com compromisso. Isto, se, houver de nossa parte interesse em viver intensamente para Deus e Sua Palavra.

Que o Eterno Deus tenha misericórdia do Seu povo!


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