Cartas às Sete Igrejas da Ásia – Tiatira (Ap 2.12-17)

Por Pr. Nonato Souza
Tiatira (moderna Akhisar) era uma cidade rica e bem fortificada. Estava situada a cerca de 40 km ao sudeste de Pérgamo, numa estrada principal que ligava os vales dos rios Caicus e Hermus. Tinha excelente posição geográfica por ficar no caminho por onde viajava o correio imperial. Era por este caminho que se fazia todo o intercâmbio comercial entre Europa e Ásia. [1]

Era uma cidade da Lídia, perto da fronteira com a Mísia. Foi fundada por Seleuco I, um dos generais de Alexande, que dos seus quatro sucessores, herdou a maior área. “O reino de Seleuco estendia-se de Antioquia da Síria até o vale de Hermus onde suas fronteiras pressionaram fortemente as de Lisímaco, que retinha parte do velho litoral jônico da Ásia Menor”. [2]

Embora tivesse um centro comercial forte e próspero, estava aquém de Sardes e Pérgamo. Passou para o domínio romano em cerca de 190 a. C, depois que Roma toma Antioquia da Síria.

Tiatira ficava junto às maiores rotas, o que acabava por estimular o seu crescimento econômico. “Além disso, os artesãos locais produziam uma variedade de mercadoria, porquanto eram padeiros, pintores, curtidores, marinheiros, oleiros e obreiros em lã, linho e metal (principalmente cobre); e havia escravos revendedores”. [3] Os judeus eram atraídos a Tiatira por causa da prosperidade comercial da cidade. Na referida cidade havia um "centro industrial controlado por associações, isto é, uniões comerciais” [4].
Kistemaker [5] enfatiza que essas associações prestavam culto aos deuses pagãos Apolo e Artemis, e adoravam no santuário de Sabbathe. E que os cristãos como membros da associação eram obrigados a assistir a festa em honra dessas divindades, comer carnes em seus templos e transigir em promiscuidade sexual. Aborda ainda Kistemake que o não cumprimento de tais regras culminaria na expulsão da união comercial, falta de emprego e pobreza. Sendo assim, aqueles que recusassem honrar deuses pagãos, comer carnes sacrificadas e envolver-se em imoralidade sexual, comprometiam suas necessidades materiais. Eram considerados como proscritos da sociedade.

Observe que quando apóstolo Paulo escreve cartas à igreja de Corinto objetivando combater tais comportamentos, há uma conotação clara de que “as associações comerciais, com suas vidas sociais determinadas, seus rituais pagãos e seus banquetes periódicos eram um problema sério para o membro cristão, obrigado pela consciência a se abster da libertinagem do mundo em que vivia.” [6]

Estudiosos concordam em que esta é a mais extensa carta, sendo escrita a menos importante das sete cidades. A importância de Tiatira não era política nem religiosa, senão comercial. Lídia, uma vendedora de púrpura da cidade de Tiatira, que provavelmente representava sua corporação em Filipos (At 16.14), foi alcançada pelo Evangelho de Cristo através da pregação de Paulo.

A igreja de Tiatira está dentro de uma cultura que se comportava totalmente fora dos padrões estabelecidos pala Palavra de Deus. Sendo assim como se comportar diante de tal situação? Hernandes Dias [7] comenta sobre o problema em que viviam os crentes de Tiatira: “O que os cristãos deviam fazer nessas circunstâncias: transigir ou progredir? Manter a consciência pura ou entrar no esquema para não perder dinheiro? Ser santo ou ser esperto? Qual a posição do cristão: se sair do grêmio perde sua posição, reputação e lucro financeiro. Se permanece nessa festa nega a Jesus. Nessa situação Jezabel fingiu saber a solução. Disse ela: para vencer a Satanás é preciso conhecer as cousas profundas de Satanás. O ensino de Jezabel enfatiza que não se pode vencer o pecado sem conhecer profundamente o pecado pela experiência”.

A igreja em Tiatira, era uma igreja pequena. Historiadores dizem ter esta igreja desaparecido no fim de segundo século. Vamos ao comentário da carta à igreja de Tiatira.

“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente” (Ap 2.18).

Inicialmente, podemos observar que o autor da carta se identifica à igreja de Tiatira como sendo o Filho de Deus, que tem a mesma natureza do Pai. Eterno, divino e que tem os olhos como chama de fogo, portanto conhece a igreja profundamente.
Cremos que Jesus se apresenta assim, devido à prática de pecados grosseiros estarem sendo toleradas dentro da igreja. O seu olhar penetrante e perfeito vê tudo e todos, não permitido que ninguém e nada seja capaz de esconder-se. O Senhor é capaz de esquadrinhar mentes e corações (v. 23). Com olhos penetrantes, Ele é capaz de descobrir todo engano de hipocrisia. Paulo diz: “no dia em que Deus julgará o segredo dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho” (Rm 2.16; o grifo é meu). Os pés semelhantes a latão reluzente, fala de sua posição firme para julgar as obras da igreja de Tiatira e suas práticas, bem como a igreja atual.

“Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras” (v. 19).

Em outras cartas o Senhor Jesus enfatiza conhecer os feitos da igreja. Não será isso que Ele deseja ver em cada um de nós? Uma vida capaz de produzir fruto prático cada dia?

Jesus está familiarizado com os vários trabalhos realizados por aquela igreja. As obras de amor (gr. ágape) daqueles irmãos de Tiatira em prol do Reino de Deus e do seu próximo. Estamos nós fazendo como os irmãos de Tiatira? O serviço (gr. diakonia), realizado com amor genuíno era também presente naquela igreja. Fé (gr. pistis) é outra obra presente na vida daqueles abnegados irmãos. Eles demonstravam confiança plena em Deus e sua Palavra. A paciência (gr. hypomone) presente, mostra a capacidade que tinham esses crentes de suportar privações e provações em momentos difíceis com constância ou persistência. Apesar de todas essas qualidades, Gilberto [8] diz está aqui uma igreja profana. Sua decadência espiritual é patente nos versículos 20, 22 e 24.

A igreja de Tiatira era crescente em suas obras a Cristo, por isso recebe da parte do Senhor Jesus, palavras de louvor “as tuas últimas obras são mais do que as primeiras”, mesmo sendo tolerante com práticas contrárias ao ensino da Palavra. Wesley de Souza [9] diz que “existe, sim, enorme possibilidade de que uma igreja venha crescer sendo séria no amor, na fé, no serviço e na perseverança, enquanto se deixa seduzir e induzir ao desmoronamento da dignidade de sua vocação pelas escolhas enganosas que faz de um estilo de vida sem pureza e sem santidade”.

“Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (v. 20).

De elogiada para censurada bruscamente. A pesada censura se deu devido sua tolerância por aceitar que uma auto-indicada profetiza fosse capaz de induzir os crentes ao pecado. É provável que este não seja o nome legítimo desta mulher. O nome Jezabel é tomado emprestado da famigerada esposa de Acabe, rei de Israel, que foi capaz de introduzir em Israel o culto a Baal (1Rs 16.31).

Se auto-intitulando profetiza, a tal mulher era detentora de forte influência dentro da igreja. Tida como mestra orientava a igreja com seus falsos ensinos a envolver-se em relações sexuais ilícitas nos templos pagãos bem como, a comer alimento oferecido a ídolos. Matthew Henry [10] diz sobre o trabalho daqueles que tentam seduzir o povo de Deus: “Esses perversos sedutores são comparados a Jezabel, e chamados pelo seu nome. Jezabel foi uma perseguidora dos profetas do Senhor, e uma grande patrocinadora dos idólatras e falsos profetas. Os pecados desses sedutores era que eles tentavam desviar os servos de Deus para a fornicação, e a sacrificarem aos ídolos; eles se autodenominavam profetas, e assim reivindicavam autoridade e consideração superiores pelos ministros da igreja.”

Jezabel estava conseguindo induzir o povo de Deus ao pecado. Ensinava abertamente que os pecados da carne podiam ser tolerados sem nenhum problema, o que levava os cristãos a uma vida de escravidão. Havia um mal instalado dentro da igreja de Tiatira, ela abrira suas portas para os falsos mestres induzires os crentes ao pecado, e isto, Jesus não podia mais suportar. A tolerância da igreja acerca dos falsos ensinos provocou a ira do Senhor.

Hernandes Dias [11] comenta: “Uma planta venenosa estava vicejando naquele precioso canteiro, chamado igreja de Tiatira. Naquele corpo saudável um câncer maligno começou a formar-se. Um inimigo estava encontrando guarida no meio da comunidade. Havia transigência moral dentro da igreja. Aqui não era o lobo que veio de fora, mas o lobo que estava enrustido dentro da igreja”.

A tolerância com o pecado traz grande prejuízo ao reino de Deus. Permitir que a libertinagem cresça dentro da igreja trazendo destruição e morte ao invés de purificá-la mediante a Palavra é querer macular a integralidade do evangelho do Reino. Não se pode permitir que a imoralidade e o desvio doutrinário se perpetuem dentro da igreja trazendo escândalo, destruição e morte. O prejuízo é enorme e indescritível.

Quando a igreja tolera de forma irresponsável o pecado, portas para o mal se abrem, gerando prejuízos irreparáveis. Observe o que diz Luis Wesley de Souza [12] em um comentário sobre a igreja de Tiatira: “Quando Jesus diz àquela igreja: “contra você tenho isso: você tolera a Jezabel, aquele mulher que se diz profetiza” (v. 20), ele não está sugerindo que Tiatira deveria desenvolver uma impaciente intolerância ou mesmo criar uma espécie de inquisição comunitária. Os líderes, de modo geral, estavam errados por não tomarem a iniciativa de advertir Jezabel e seus seguidores e, acima de tudo, por não exortá-los nem chamá-los ao arrependimento. Aqueles que estavam em posição e em condição de fazê-lo optaram por permitir que o mal se instalasse em etapas, sem nada fazer e sem medir as conseqüências de seus desdobramentos. Quando os líderes têm medo de dizer alguma coisa, geram a vulnerabilidade de que a igreja precisa para abraçar e cair em qualquer coisa”.

“Eu dei-lhes tempo para que arrependa-se da sua prostituição; e não se arrependeu” (v. 21).

Evidentemente uma advertência fora dada a esta Jezabel, ela, porém, não se arrependeu continuando nas mesmas práticas, andando no mesmo caminho. O Senhor passa a tratar com ela severamente. Deus sempre age pacientemente. Ele é o Deus das misericórdias que não tem prazer na morte de ninguém, mas quer que todos se arrependam e vivam (Ez 18.30-32). Como Jezabel rejeitou o conselho do Senhor, a sentença veio de forma terrível.

“Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras” (v. 22).

Ela seria colocada numa cama de dor. A punição seria com enfermidades e sofrimento. Adulterar aqui provavelmente se refira a adultério espiritual, o envolvimento com práticas ilícitas de imoralidade sexual e idolatria advinda do ensino pernicioso de Jezabel. Estes que assim se comportavam cairiam em grande tribulação, caso não se arrependesse dos seus pecados. Deus sempre trabalha objetivando o arrependimento daqueles que transgridem caso não se arrependam, o castigo virá com maior severidade.

“E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras” (v. 23).

Filhos que seriam feridos de morte, provavelmente sejam os filhos espirituais de Jezabel, os que foram enganados por ela, fazendo concessões com o mundo pagão e suas práticas. Segue uma advertência para todas as igrejas da parte do Senhor, como o que “sonda mentes e corações”. O comentário bíblico Beacon [13] explica: “Mentes (palavra grega somente encontrada aqui no NT) literalmente significa “os rins”; isto é, “os movimentos da vontade e afeições”. Corações na psicologia hebraica referia-se especialmente aos pensamentos. O olhar do Onisciente penetra até o mais profundo do intelecto, emoções e vontade do homem”. Aquele que conhece todas as coisas, pois nada há no ser humano que possa está escondido aos olhos de Deus, dará a cada um segundo os seus feitos.

“Mas eu vos digo a vós e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não tem esta doutrina e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. Mas o que tendes, retende-o até que eu venha” (vs. 24, 25).

Aqui segue uma palavra confortadora de Jesus aos que permaneceram fiéis e não aceitaram a doutrina de Jezabel, bem como seu estilo de vida, mas aderiram e permaneceram no ensino das Escrituras. Jezabel e seus seguidores acreditavam e também proclamavam que tinham conhecimento profundo dos segredos de Deus. Cristo, porém, revela que o conhecimento deles, eram na verdade, os segredos das profundezas de Satanás. A inspiração que Jezabel recebia não era de Deus, senão do inferno. Suas práticas não condizem com os ensinamentos da Palavra de Deus e nem conduziam as pessoas a uma vida pautada na Palavra de Deus, senão a práticas totalmente demoníacas.

Comentário bíblico Beacon [14] comenta sobre o assunto: “Esses falsos mestres entendiam que o homem espiritual deveria conhecer as coisas profundas de Satanás e que ele deveria tomar parte da voda pagã da comunidade. Duas das características mais salientes dessa vida pagã eram suas festas sacrificiais e suas práticas imorais. Muitos gnósticos de épocas posteriores afirmavam que, visto que toda matéria é má e somente o espírito é bom, não importa o que alguém faça com o seu corpo; sua alma continua pura.” Assim, acreditavam não haver nenhum problema em aceitar práticas pagãs, pois, a partir dai, eles teriam, pela experiência, conhecimento do mal.

Luis Wesley [15] explica: “Esse é o tipo de lógica que considera que, se queremos conhecer o inferno, temos de ir até ele e experimentá-lo no mais profundo. Ocorre que as únicas coisas profundas que a igreja deve querer conhecer para desenvolver o propósito da pureza e da santidade são as profundas coisas de Deus (1Co 2.9,19 e Ef 3.18). Se, por um lado, muitos caminhos de Deus são insondáveis (Rm 11.33-36), por outro lado, o que o Senhor revelou ou manifestou é absolutamente suficiente “para que sejamos cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.19). O mistério cristão “que esteve oculto durante épocas e gerações” é este: “Cristo em vocês, a esperança da glória (Rm 1.26,27). Este profundo segredo revelado – Cristo em nós! – está à disposição da Igreja para que ela cresça e se desenvolva sem necessidade alguma de aprender e de experimentar os profundos segredos de Satanás (v. 24)”.

Não virá sobre os crentes nenhuma outra admoestação além da que já foi posta, Tão somente, mantenham-se firmes, afastando-se de toda perversidade moral que praticam, até a vinda do Senhor.

“E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhes darei poder sobre as nações” (v. 26).

O vencedor deve viver uma vida de pureza e santidade mesmo em um ambiente de impureza moral e idolatria, que são obras de Jezabel. Jesus Cristo promete que dará autoridade aos seus seguidores fiéis sobre as nações da terra.

“E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vaso de oleiro; como também recebi de meu Pai. Dar-lhe-ei a estrela da manhã” (v. 27,28).

O termo “regerá” significa literalmente “pastorear pois o trabalho do pastor é cuidar das suas ovelhas. Os santos vão se assentar no trono e julgar o mundo (1Co 6.2). Quanto aos ímpios, no dia do juízo serão quebrados como um vaso de barro (Sl 2.8,9). Receberão a estrela da manhã. “Os salvos terão parte não apenas na autoridade de Cristo de governar o mundo, mas também na sua glória”.

Parte da igreja de Tiatira se envolveu com práticas pecaminosas condenadas por Cristo. A vida sem Deus leva o homem ao fracasso pleno e a distanciar-se de Deus cada momento. A existência da igreja objetiva a glorificação do Senhor, “e é aos olhos do Senhor e da sociedade que ela precisa apresentar-se pura e santa”. Que o Senhor tenha misericórdia de sua Igreja!


Notas bibliográficas

[1] Willian Barclay. Apocalipsis. pg. 118
[2]Enciclopédia da Bíblia Cultura Cristã. Vl. 05, pg. 953
[3] Comentário do Novo Testamento Apocalipse. Simon Kistemaker, pg. 184. Ed. Mundo Cristão.
[4] Idem
[5] Idem
[6] Enciclopédia da Bíblia Cultura Cristã. Vl. 05, pg. 954
[7] Apocalipse, o Futuro chegou. Hernandes Dias Lopes, pg. 102
[8] Daniel e Apocalipse. Antonio Gilberto, pg. 110, CPAD
[9] Uma Igreja Sem Propósito. Jorge Henrique Barros, pg. 80, Ed. Mundo Cristão
[10] Comentário Bíblico do Novo Testamento Atos a Apocalipse. Matthew Henry, pg. 968. CPAD.
[11] Apocalipse, o Futuro chegou. Hernandes Dias Lopes, pg. 105.
[12] Uma Igreja Sem Propósito. Jorge Henrique Barros, pg. 84, Ed. Mundo Cristão
[13] Comentário Bíblico Beacon Hebreus a Apocalipse, vl. 10, pg. 422. CPAD
[14] Idem, pg. 423
[15] Uma Igreja Sem Propósito. Jorge Henrique Barros, pg. 91,92, Ed. Mundo Cristão


Comentários

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