Atitudes que promovem o crescimento espiritual
















Por Nonato Souza

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levado em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4.14,15).

O texto enfatiza uma vida espiritual crescente em que, o crente abandona o estado de infância espiritual e cresce até chegar à maturidade. Entendemos haver crentes que, ainda não chegaram à maturidade porque, ainda agem como crianças. Embora, existam por ai, alguns que insistem em defender que a igreja local precisa de crianças, somos instados pela Palavra de Deus ao crescimento, a deixarmos de ser meninos e nos tornarmos adultos. Somos sabedores que sempre teremos crianças espirituais na igreja local, mas este não deve, nem de longe, ser o estado permanente da igreja. É importante que passemos pelo estágio de meninos, mas que precisamos avançar até chegarmos à maturidade, à idade adulta. Apóstolo Paulo, um cristão adulto ensinava: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1Co 13.11; grifo meu). Vários outros textos podem ser citados nos exortando a uma vida de maturidade e não de meninice (1Co 14.20; Ef 4.14; Hb 5.13). Crentes que nunca crescem têm estas qualidades: São dependentes (Nm 11.12), necessitados (Pv 22.15), amam a diversão (Zc 8.5), necessitam de tutores (Gl 4.5), são inconstantes (Ef 4.14), ignorantes (Hb 5.12). Precisamos sair do estágio de meninos e chegarmos à fase adulta. É lamentável dizer que existem ainda obreiros que são verdadeiros meninos espirituais, e o que é pior, alguns à frente de igrejas. Para que haja o devido crescimento algumas atitudes são necessárias. Vejamos:

O devido anelo pelas coisas espirituais:

“Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo” (1Pe 2.1,2). Como filhos nascidos de Deus, devemos desejar ardentemente pelo leite da Palavra de Deus. Pedro quer que os crentes sejam ávidos pelo alimento espiritual para que por ele haja crescimento. Esse alimento resultará, na verdade, em maturidade espiritual. “O cristão deve está alerta, quanto à perda de apetite e sede pela Palavra de Deus, coisas estas, que, nossas atitudes erradas podem causar. Além de, também, não deixar que as preocupações, riquezas e prazeres desta vida sufoquem a nossa vida espiritual”. A lista de vícios citados por Pedro (2.1), só podem ser vencidos pelo poder da Palavra de Deus.

O exercício da piedade:

“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade” (1Tm 4.7). A piedade não é um simples respeito pelas coisas religiosas, nem uma mera devoção; alguém a definiu como: “o conhecimento de Deus na mente do homem”. No grego a palavra é “eusebeia” “denota a devoção ou piedade que, caracterizada por uma atitude voltada para Deus, faz o que lhe é extremamente agradável” (Vine).

Ao citar o referido texto, Paulo tinha em mente os atletas gregos, que para conquistar uma vitória, exercitavam-se até à exaustão. Dedicados e disciplinados, esses atletas não aceitavam que nada, absolutamente nada, lhes atrapalhasse conquistar o prêmio.
Somente alcançaremos a estatura de varão perfeito, ao nível de maturidade, se nos exercitarmos na piedade. O crente não deve poupar esforços para chegar no alvo proposto e alcançar o prêmio. Deve ele se desvencilhar-se de tudo que prejudique seu crescimento e progresso espiritual. Alcançaremos uma vida piedosa, se nos exercitarmos na Palavra de Deus, nas orações e nas boas obras. Enfim, é preciso haver plena dedicação pessoal a Deus em Cristo.

A diligência e o trabalho.

“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.13-16). Ter o cuidado constante de fazer alguma coisa para Deus com zelo. “Paulo exorta Timóteo a ser diligente nestes assuntos, entregando-se inteiramente a estes. O objetivo de tal prática e devoção era que todos vissem o seu progresso ou aproveitamento”. A diligência e o trabalho árduo com zelo e dedicação nos levam ao crescimento espiritual tão necessário.

A pureza mental.

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). Paulo usa aqui oito qualificações necessárias ao crescimento e à vida do crente. “Ao serem levadas em conta, elas moldam atitudes e orientam palavras e ações”. Se os filipenses tomassem essas qualificações, vivendo por elas, resultaria no tipo de vida que Paulo almejava para eles. Nesse caso, não somente alcançariam a verdadeira paz, mas a presença eterna de Deus (2Co 13.11).

Oração e comunhão diária com Deus.

Observemos o que diz o texto sagrado: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.6; 1Ts 5.17). Este século é caracterizado também pela vida de inquietação e ansiedade. Estes males do século atual, não deveriam caracterizar a vida do crente. Ora, diante das grandes dificuldades existentes, temos orações em suas diversas formas e estilos. Deixemos que nossas preocupações sejam substituídas pelas orações, súplicas, com ações de graças. Levemos em consideração que Deus é digno de louvor e adoração por tudo que fez no passado e faz no presente. Pedro nos exorta a lançarmos sobre Ele toda a nossa ansiedade porque Ele tem cuidado de nós (1Pe 5.7). “Quando a oração substitui a preocupação, a paz de Deus que excede todo o entendimento assume o controle, atuando como uma sentinela e impedindo que a mente e as emoções do cristão sejam subjulgada por uma investida repentina de medo, ansiedade ou tentação.” O crente deve experimentar isto diariamente em sua vida.

Consideração, Perdão, Exortação dos Membros uns aos Outros.

“Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.1-4).
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdias, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Cl 3.12,13).

“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado. Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim” (Hb 3.12,14).

Conclusão: À medida que deixamos o estágio de meninos espirituais e crescermos rumo à maturidade em Cristo, as disputas, invejas, e preferências pessoais ficam para trás. Os crentes de Corinto foram tratados por Paulo como a carnais devido sua falta de maturidade espiritual. Eram meninos em Cristo, não haviam deixado ainda de serem crianças e viviam envolvidos em práticas mundanas e pecaminosas. Esse comportamento dos cristãos de corinto lhes trouxe muito prejuízo. Eis o porquê da importância de crescermos na graça e conhecimento de Cristo Jesus.

Bibliografia:
Stamps. Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal, pg. 1940. CPAD.
Aringto. French L. e Stronstad. Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pg. 1471. CPAD.
Carson. D.A. Comentário Bíblico Vida Nova, pg. 1891. Vida Nova. São Paulo. 2009.


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